quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Adeus


Vou ter de ir com coração pesado e alma pesada, mas com a esperança de poder tornar a dor menor... Tentando não esquecer que o que não nos mata, tornamos mais fortes, o pior e quando vamos morrendo por dentro devagar.
Devagarinho silenciosamente sem ninguém ouvir. E quando damos por isso estamos a dormir silenciosamente, num sono eterno. Numa casa onde o barulho estremecia, agora o silencio arrepia o mais caloroso corpo, de algo que foi e jamais voltará a ser...Agora parto trazendo memórias gravadas no meu coração deixando para trás uma casa vazia, onde nasci e cresci, mas não morri, porque decidi que havia demasiadas tristezas para morrer lá. Espero um dia voltar, perdoai-me aos muitos que gostaram e gostavam de mim mas a minha partida é inevitável...

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Descubro a natureza do teu corpo...


Descubro a natureza do teu corpo
que traço com contornos vivos em meus olhos.
Deslizo sobre as montanhas
galgando a vontade do encontro e
chego à planície.
Passo pela cova que se faz lago
e refresco o desatino na esperança de acordar para o que vejo.
Desço,
já arrastado pela arfagem.
Só mais um pouco…
Chego à floresta que verte o aroma
fresco e húmido dos mognos
e me eleva ao encontro dos raios de sol
que trespassam o dossel.
Aí, lambo-me de prazer
entornado na seiva que te alimenta!
Desço por voluptosas ondas de areia
e chego finalmente ao pontão.
Daí avisto o teu corpo...
A grandiosidade que transpõe a natureza!
Volto ao princípio seguindo o rasto
e assombra-me o dourado do sol.
A tua natureza parece-me agora,
seara de trigo
voando com o vento,
acentuada pelas nuvens e o sol
que me contagia.

Vera Carvalho & Bsmash

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Deus

-Sim, tu que te chamam Todo – Poderoso!
Onde andas? Eu continuo-te a procurar!
Às vezes penso que não passas de um orgulhoso!
Gostas de nos manipular a teu belo prazer, satira forma de gostar!

Ensinaste o homem a amar, a odiar!
Mas não o ensinaste a perdoar!
Deste os intrumentos, mas não ensinaste a os usar!
Onde andas que eu continuo-te a procurar?

Dizem que estás em todo o lado.
Porque só vejo sangue, morte, guerra?!
Um dia acreditei em ti, fui apaixonado!
Idolaterei-te, agora só te peço que desças à terra!

Vem ver por ti próprio a realidade.
A tua bela obra-prima, vê como está a tua criação!
Mas confesso que tenho saudade…
Quando te ouvia e batia mais forte o meu coração!


terça-feira, 11 de setembro de 2007

Porto Seguro


No canto do olho começa uma lágrima a tentar sangrar pelo meu rosto desgastado, por imensas intempéries.... Até que surge o meu porto de abrigo, fui levado por esses mares que me trouxeram até ti! Não que acredite no destino, mas parece quis-me pregar uma partida e juntou-nos, num dia mau de Abril, chuvoso, mas como diz o velho ditado depois da tempestade vem a bonança...Hoje sinto-me feliz por me ter deixado levar pelas correntezas do mar, guiou-me até ti. Um belo porto de abrigo, uma sereia nestes mares instáveis, consolando-me as pequenas magoas em ti, para um dia mais tarde voltar a sorrir!
Fui contigo que aprendi a navegar por estes mares impenetráveis, a sorrir expondo o sol o meu sorriso... Muitos se admiraram por conseguir sorrir, debaixo de tantas tristezas, a ti digo que te adoro sem medo destas palavras, sem medo de te perder. Com a certeza, que sou feliz devido a tua presença... Mas ela é mais que uma simples uma presença um simples conforto, é tudo o que desejei ter e nunca tive, é o que está para além do infinito tornando a utopia algo tangível... Sou o marinheiro destes mares, destes oceanos, que muitos ousam não entrar pois tem medo de virem a depender deles, não tenho medo de depender deles, tenho medo de não os ter junto a mim. Pois que importa ter o que quero senão for para ser feliz, fazendo feliz essa pessoa sem nome, rosto, apenas uma companhia sempre presente mesmo estando ausente... Isso és tu, um ser presente mesmo quando estás ausente, por isso nunca sinto saudades tuas, pois me preenches a minha vida por completo. E por ti digo a minha vida faz sentido, viver para te ver sorrir e a noite estar contigo junto a praia que nos juntou. Vendo a luz da lua a reflectir na água, as estrelas a sorrirem para nós e um coração na areia feito por pétalas vermelhas com os nossos nomes por dentro. Isto era tudo o que quis dizer e não conseguia dizer ao vivo, obrigada por existires e seres quem és!

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Duetos: Ausência...


Não sei se isto que sinto é saudade
ou outro sentir qualquer
Sinto tanto a tua falta
que mesmo ausente tua presença é constante

E sempre... sempre
no meu coração que não mente
quando devora-me por dentro
até não mais estar ciente

E sempre..sempre
na mimha alma demente
que em delírio invoca tua presente
tão fácil a sentir latente

E sempre..sempre
em meu corpo mergulhado na mente
dos teus gestos calando os meus
tão perto e tão quentes

E sempre..sempre
A minha presença desamparada
enche-se e transborda de ti
estás em mim e sinto-me feliz.

Horroriscausa/ Le Tab

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Mãos puras


Este poema nem é
Feito de mãos brancas
Ou pretas mas sim puras!
Puras como alma de um ser
Em que não vê raças, cores
Apenas pessoas diferentes,
Culturas diversificadas.
Porque será que nem
Toda a gente vê assim?
Porque não verem
Com os olhos da alma.
Mas sim, de uma razão
Exacerbada, distorcida!
Em que nada conta,
Ou que conta são apenas
Insignificâncias
Que movem o mundo!
Este mundo tão cruel,
Que só importa uma cor
De pele, peso de uma conta
Bancária ou a importância
Das pessoas que tu conheces.
Será que algum dia este mundo
Será um mundo melhor?