domingo, 17 de junho de 2007

Prazer


Eis o centro do corpo

O nosso centro

Onde os dedos escorregam devagar

E logo tornam onde nesse

Centro

Os dedos esfregam - correm

E voltam sem cessar


E então são os meus

Já os teus dedos


E são meus dedos

Já a tua boca


Que vai sorvendo os lábios

Dessa boca

Que manipulo - conduzo

Pensando em tua boca


Ardência funda

Planta em movimento

Que trepa e fende fundidas

Já no tempo

Calando o grito nos pulmões da tarde


E todo o corpo

É esse movimento

Que trepa e fende fundidas

Já no tempo

Calando o grito nos pulmões da tarde


E todo o corpo

É esse movimento

Em torno Em volta

No centro desses lábios


Que a febre toma

Engrossa

E vai cedendo a pouco e pouco

Nos dedos e na palma

O horizonte que se perde de vista...



Deambulando pelas ruas desertas, e também eu sou uma rua deserta…

Tentando alcançar o infinito, o infinito que não se quer deixar alcançar…


O horizonte que se perde de vista…


Sentir que se pode ter tudo,

Dentro do tudo que se pode ter…

Sentir que se pode ser tudo…


O horizonte que se perde de vista…


Ser um dia,

Ser o herói desse dia,

Este dia,

Popular…


O horizonte que se perde de vista…


Deambulando pelas ruas desertas, e também eu sou uma rua deserta…

Falta-me algo…


O horizonte que se perde de vista…


O mundo a acabar,

O corpo a gastar…

E eu aqui: deserto.


Tenho sede…


Do amor que não tenho,

Tenho sede…


Tenho sede…

A vida está gasta…

Dobro o Papel.

Apago a noite!

Tenho sede…


O horizonte que se perde de vista…



Autores: Ex-Ricardo e Bruno