sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Às vezes...


Às vezes deparo-me a olhar para o horizonte sem nada ver, sem ter nada para sentir...Apenas olho e vejo o reflexo de mim espelhado para um horizonte cheio de nadas, cheio de tudos. Querendo saber as respostas mas ficando com mais dúvidas... Depois adormeço acordado com esse olhar na minha mente, que permanente ficou num ar. Algo para pensar, mas não quero pensar apenas quero viver, sem ter que ter de pensar apenas agindo. Sendo louco por vezes, inconsciente, sou levado por uma emoção de um momento, por um capricho que noutra altura diria que não pela razão. Agora ajo com coração, deixo que me leve, por esse caminho que às vezes não é o mais correcto.
Silencio-me no nada, respiro as palavras para as poder escrever … Espero pelo momento certo, e redijo numa folha de papel. Levo ao mar, pego numa garrafa e ponho lá um pedaço de mim ponho uma rolha e deixo que o mar a leve. Ao princípio começou por ser um desabafo, duma escrita, que havia sido abafada dentro de mim. Agora é uma rotina periódica, ponho as mágoas numa folha de papel, esperando que sobre ondas do mar me traga a felicidade. Quando alguém me ler perceberá porque às vezes me sinto só, mesmo estando rodeado de mil pessoas. Sinto-me num vazio enorme, quando tenho a volta toda a felicidade que toda a gente deseja ter. Por isso ás vezes mais vale não escrever, mais vale, por na garrafa o silencio do nosso coração para alguém poder nos compreender melhor, em vez de um punhado de palavras preenchidas a dedo, para parecer que o vazio foi preenchido.
Às vezes…

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Ingénuo sou?


Chamaste-me louco por dizer que gosto de ti
Louco sou e serei por dizer a verdade?
Então serei a pessoa mais louca a face da terra
Pois nada é relevante sem a tua presença...
Sem o teu sorriso, a tua ternura que me conquista
A cada segundo, ficando eu rendido a ti...
Precisando de ti para viver, para minha vida ter valor
Será que descobri o amor? Isto que tantos apregoam de amor?
Ingénuo sou, pois nunca me apresentaram...
Esse ser a quem dão o nome de amor...
Mas se for, porque ele está sempre no meio de nós...
Fazendo chorar constantemente em vez de me trazer alegria?
Então prefiro não amar e ser feliz ao teu lado!
Prefiro viver esta vida sem temer algo entre nós...
Que faça com que um dia, te leve e me deixe só...
Apenas te quero junto a mim...

terça-feira, 8 de julho de 2008

Consciência

Um dia, uma menina muito bonita chegou ao pé de mim e disse-me que eu poderia conquistar tudo o que quisesse se fosse rico e poderoso, menos o amor da minha amada, e que aí, teria de optar ou pela riqueza e poder ou pelo amor. Fazendo-me ver, assim, as consequências das duas opções. Se optasse ser rico e poderoso, seria infeliz, egoísta, mesquinho e orgulhoso. Criaria muitos inimigos, não teria qualquer amigo nem o amor da minha amada. Quanto mais poder e riqueza eu tivesse, mais solitário seria. Nunca iria conseguir comprar o amor e a amizade das pessoas, que continuamente iriam-se afastar de mim. Mas, se optasse pelo amor seria feliz e teria o amor e a amizade de todos. Poderia não ter poder suficiente nem ser rico, mas se lutasse pelos meus objectivos, veria que independentemente da riqueza e do poder, teria tudo o que desejava. Porque o poder e a riqueza só nos faz sofrer, torna-nos em seres solitários. Então percebi que a menina mostrou-me o que de mais valioso havia na terra... o amor. Por isso lutei pelo amor da minha amada, e pela felicidade das pessoas que mais amo. Posso não estar em todo o lado, mas os meus amigos sabem que lá estarei, quando precisarem. Admito mesmo assim, que tenho erros e defeitos. Mas essa menina mostrou que ninguém é perfeito. Louco é aquele que julga sê-lo. Essa menina é a nossa consciência, e diz-nos tudo o que devemos e não devemos fazer. Infelizmente nem sempre a queremos ouvir, por vezes a verdade doí muito, e faz-nos sofrer. Sei que estou mais maduro, pensando de maneira diferente, e antes de fazer as coisas. A menina ajudou-me a erguer a cabeça nos momentos mais infelizes e agora sou feliz porque aceitei a sua verdade. Sim doeu, mas ultrapassei essa dor vendo o o quanto ela é importante para mim. E Como faz parte da minha vida!

domingo, 6 de julho de 2008

Televisão...


Ligo a televisão e a primeira coisa que vejo, é a morte de uma criança numa barragem. A notícia a seguir é sobre outra morte de um pai e um filho. Só existem notícias más para dar? Só o terror é que faz audiências? Se sim, como está o caso Casa Pia? Há tanto tempo que não oiço falar sobre ele. Alguém foi condenado? Não sei, já não deve ser suficientemente interessante para dar audiências, o caso Apito Dourado vai no mesmo sentido o esquecimento. Mas temos mais casos, como por exemplo o caso Maddie, antes era largos minutos de tempo do noticiário, agora nem um minuto. Mas poderemos ir ainda mais longe, falar sobre o que realmente as pessoas preocupam-se no seu dia-a-dia... Os problemas sobre os deficientes, isso não é importante chamarem atenção? É a sociedade onde vivemos, onde o sensacionalismo, supera tudo... Onde os canais de televisões, fazem de tudo para ganhar a guerra das audiências!
Mas esquecem-se que do outro lado do ecrã, está uma pessoa, que quer informações realmente importantes para a sua vida... Quer programas lúdicos, para poderem progredir como ser humanos, não querem mais vasculhar e invadir o máximo da privacidade das pessoas que se intitulam como famosos... Os não famosos são tão ou mais importantes que os famosos pois são o povo, são aqueles que fazem progredir ou não o país, por isso não se esquecessem daqueles que fazem vocês terem audiências....

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Simples descrição de mim...


Em 23 de Março de 1985 lá nasci Bruno Alexandre Luís Esteves Taborda, na maternidade Alfredo da Costa. Só conheci um lugar para morar, desde que nasci em Telheiras. Andei na escola nª57 de telheiras, passei pela escola básica 2+3 de telheiras, Escola secundária David Mourão Ferreira, Escola Secundária de Camões, na universidade tirei um curso de contabilidade e administração no instituto superior de ciências da administração.
A escrita nasceu em mim devido em grande parte ao meu pai, como era tipógrafo insistia muito na escrita. Nunca fui muito bom em português, mas na parte criativa das composições tinha sempre boas notas. Aos 13/14 anos não consigo precisar muito bem, li um livro que marcou bastante Os Miseráveis, muito denso, muito descritivo. Lembro-me na altura ter achado muito aborrecido, mas foi a partir dele, também do meu irmão do meio que comecei a gostar da leitura.
Hoje em dia devoro livros, não consigo estar muito tempo sem ler. Comecei a escrever, talvez dos meus 15 anos, passar para o papel o que não conseguia dizer em palavras, desabafar sentimentos, emoções, apenas vontade de escrever algo. Mas comecei amar a escrita, a uns três, quatro anos, quando gostei muito de alguém comecei a escrever textos para ela (intitulava-se menina, para mim continua a ser uma menina bela e mágica, a partir dela aprendia amar verdadeiramente a escrita). Mais amigos meus, como sabiam que gostava de escrever pediam testemunhos, textos, que apenas escreve-se algo para eles. Diziam que tinha talento, tinha qualidades para investir na escrita. Mas houve dois comentários que marcaram e ainda marcam, um deles foi dizer que se reviam na minha escrita, outro foi quando alguém me disse uma vez:”tens tanta sensibilidade que até me arrepias só de ler e sentir as tuas emoções, os teus sentimentos”.
Tenho dois irmãos mais velhos que eu. Deles herdei a sensibilidade, atenção, o carinho e a capacidade de ouvir (irmão do meio). Do mais velho, o poder de argumentação, análise critica, a não me contentar com que me dão a querer sempre mais. Da minha mãe a sensibilidade, a palavra amizade, amor, a entrega completa de forma genuína. Do meu pai, tentar ser sempre melhor, ser correcto e leal, argumentação e contra-argumentação, a olhar para além do evidente, nunca desistir dos sonhos e lutar por aquilo que realmente queremos. A eles, aos meus familiares, amigos e todos os que acreditam e me apoiaram sempre o meu muito obrigado. Espero que nunca vos desilude, espero sempre os surpreender, pois vocês meus leitores são a razão pela qual amo a escrita, vos poder algo que tantas alegrias me dá.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Corro sem parar...


Sei que não tenho jeito, nem encanto para te despertar atenção. Sou mais um que espera que por detrás desta imensidão se faça luz. Que um dia possamos caminhar juntos, sem desconfianças ou medos. Talvez um dia isto não seja apenas palavras, mas actos consumados e uma realidade que agora parece distante. Parece uma miragem ao fundo do túnel, parece estou enfraquecendo a medida que entro neste túnel. Não vejo a luz do dia, sussurra-me ao ouvido o silêncio desta noite.
Faz-me parecer pequeno com tamanha grandiosidade, tento resistir esta negrume solidão que se apodera de mim, sem eu dar conta. Instala-se de mansinho como se sobrevive-se da minha tristeza para viver. Corro até os meus pés sangrarem, corro até a minha respiração parecer tão ofegante que não consiga mais respirar, corro até que o meu coração palpite tanto que se esqueça de se lembrar, corro até o meu pensamento ficar cansado para dormir a seguir. Parece uma luta incessante, em busca de algo que perdi pelo caminho errante. Onde errei? Onde me perdi? Será que vou ter respostas que tanto anseio saber. Talvez nunca vá saber, se calhar quando souber será a minha morte, pois encontrei a razão da minha existência e poderei morrer feliz.
Não me canso de lembrar das pessoas que agora não estão presentes, não canso de pensar em amigos especiais que partiram mas jamais partiram do meu coração, do meu pensamento. Um desabafo? Uma despedida? Não sei uma reflexão de uma vida errante, uma vida sem rumo, que trato por tu, pois já perdi a vergonha a muito tempo, deixando de a tratar por você. Fico a meio caminho do nada, a meio caminho do tudo. Paro e penso corri, corro, mas algum dia me cansei de correr atrás de ti? De você? Da felicidade? Do amor? Nunca, mesmo que fique no meio deste túnel, mesmo que não veja a luz do dia, por isso hoje vou correr outra vez, esperando um dia descansar desta corrida incessante a qual dei o nome de vida, nome minha vida!

domingo, 22 de junho de 2008

Não sei escrever...



Hoje admito que não sei escrever… Por muito tempo, ousei pensar que sabia escrever, sabia desenhar os contornos das letras nos papéis em branco. Hoje li e reli alguns autores de quem admiro, fiquei abismado, com a escrita deles. Reflecti e cheguei a conclusão, ter um longo caminho a percorrer, até poder considerar que sei escrever. Poderiam enumerar vários nomes, seria uma lista interminável, por isso deixo um leque reduzido para não se cansarem de ler quem são esses autores: Trabisdementia, Júnior A., Horriscausa, José Torres, Vera Silva, MariaSousa, entre muitos outros.
Perco-me nas palavras deles, sinto-me mergulhado por uma onda êxtase, entro noutro mundo. Silencio-me, o mundo para, o silêncio reina e fico a li uns minutos a lê-los a contempla--los e nada mais importa nesse momento. Nesse momento é um ar que respiro, uma ilusão que toca no meu coração. Só preciso desses momentos uma vez por dia para poder sentir-me preenchido com as palavras, com as emoções.
Agora ninguém me leva a mal, não saber escrever pois tive ousadia, a coragem que a muitos lhe falta. Para dizer bem alto que pensam saber escrever. Escrever é muito mais do que pegar numa caneta, num lápis e começar a desenhar letras, isso qualquer um conseguia. Tem regras, tem emoções, tem sentimentos, isso está para além dos livros de ensino. Está na escola da vida. Não julguem que não gostava de poder dizer bem alto: Sou escritor! Mas de verdade, não uma mentira que dita muitas vezes, se tornou verdade.
Deixo uma imagem um som, para as palavras que não consigo encontrar, descrever, pois elas não se dignificam a bater a minha porta e ficar comigo, conversando, ditando as regras, seduzindo e deixando o momento rolar, inspirando numa noite de lua cheia. Em que a luz é tão límpida que se reflecte no mar, desenhando contornos indescritíveis. Numa praia isolada, onde só o silêncio nos ouve, desenho as letras que um dia queria poder escrever para todos, para alguém para ti que me lês agora!

sábado, 21 de junho de 2008

Um tu que se tornou num você....


Hoje recordo-me dos momentos passados, das confidencias trocadas. Os sorrisos que pareciam trazer a felicidade eterna. Os olhares que diziam mais que palavras. Gestos trocados com ternura, algo único que jamais se esquecem. Tudo ficou num passado que agira parece longínquo, mas não é assim tão longínquo. A nossa mente é que vive intensamente cada segundo como se fosse o último. Agora recordo com saudades de tu que se tornou num você....

quinta-feira, 19 de junho de 2008

A carta que ja devia ter dito há muito tempo...


Ao fim de muito tempo arrisquei a pegar numa caneta e num papel em branco. A medo comecei a escrever, sobre o medo escrevi. Deixando o rasto de sentimentos, pegadas que formaram um caminho... um caminho com medo de escrever sobre algo, alguém... ou apenas de ti!
Não é isto que a vida se resume. A uma mensagem, a uma ideia, sobre algo, alguém que nos marcou e nos marca para sempre. Alguém que entra na nossa vida, sem darmos conta, se vai instalando, acomoda-se a nós. Quando damos por isso está a nossa frente, desejamos que aquele momento se eternize.
O que começou a medo de um gesto, acabou numa firmeza de um olhar, dumas palavras com real significado.
Agora perdia-me no tempo a falar, mas reservo-me ao silêncio, para dizer as palavras mais belas de um olhar, que dêem a importância do significado dos sentimentos.
P.S- Esta e uma carta que comecei a escrever e terminei agora para enviar a alguém, que longe está de mim, mas perto do coração permanece. Que jamais esquecerei alguém que fez da minha vida se iluminar, fazendo dela um sorriso eterno!

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Respiro nas tuas palavras...


Deste mote eu comecei a escrever. Inebriaste os meus sentidos, com o teu poema. Por pouco ficava sem ar, o meu coração palpitava como se fosse o último segundo da minha vida. Batia de tal intensidade que o meu corpo se arrepiava todo. Ao sentir o teu amor, um amor pelo qual todos desejavam amar. Amar profundamente, até as entranhas da nossa alma. Quando tudo se resumia a um olhar. As palavras não seriam necessárias. O silêncio ecoa mais alto, apenas um desejo consegue elevar mais a nossa paixão. A saudade aperta quando estás ausente. Mesmo estando ausente estás presente. És uma presença contínua no meu coração, ouve sem te ouvir, vê-te sem te ver, fala sem falar. Pois o amor é tudo isso, um jogo de emoções, em que nada mais importa senão poder ter a tua companhia e ser alegre com ela.
Palavras escasseiam, o segundo desapareceu, ficou o silêncio o bater do meu coração forte, olhando para as estrelas, parece que sonho acordado. Descreveste um belo sonho agora quero permanecer a sonhar acordado. Profundamente belo, queria dizer tanto, queria dizer para além das palavras, queria descrever o sentimento que senti ao te ler da primeira ver até agora. Mas elas fugiram, não me deixam pensar, faço força mas nada sai. Tudo fica por dizer, ou será que foi tudo dito, nada dizendo? Despeço-me do comentário, repetindo mais uma vez, arrepiado pelas tuas palavras a ecoarem-me na mente, no ouvido, no coração.
Cada segundo, se torna numa vida contigo. Um momento especial, inesquecível, imemorável, único. Falta-me acrescentar algo, a este texto. Falta-me uma palavra, que faça mudar o sentido do texto. Falta dizer que respiro dos teus poemas, alimento-me das tuas palavras, fazendo delas a minha sobrevivência. Recriando o sonho tornando real. Falta para acabar dizer obrigado, obrigado por teres feito parte da minha vida e agora já partiste saudade mas ficou o amor, para me encher por completo a minha vida e fazer dela um eterno sorriso.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

A arte de perder...


Na vida perdemos sempre algo
Mas como encaramos a perda
É que nos torna grandiosos ou pequenos!

Um sorriso que se perdeu
Num canto, dum olho húmido.
Tornando a felicidade,
Numa infelicidade dum momento!

Um caminho que parecia certo
Levava directamente ao coração
Perdeu-se com as palavras,
Num acto de razão!

Nada faz sentido na perda
Tenta-se compreender o incompreensível
Mas na perda, não há nada compreender.
Apenas e somente respeitá-la tal como ela é!

terça-feira, 18 de março de 2008

Um tu que se tornou num você


Hoje recordo-me dos momentos passados, confidências trocadas. Os sorrisos, que pareciam trazer com eles a felicidade eterna. Os olhares que diziam mais que mil palavras. Os gestos trocados com ternura, algo unico que jamais se esquece. Tudo ficou num passado, agora parece longínquo, mas não é assim tão longínquo. A nossa mente é que vive intensamente, como se fosse o último segundo de vida. Agora recordo com saudades, um tu que se tornou num você.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Loucos por Prazer


Hoje apetece-me escrever algo que te envolva comigo, algo que te faça sentir feliz perspectivando a minha presença.
Não sintas a vergonha de estar ao pé de mim, não penses que estás a mais, apenas deixa que a vontade te envolva em mim.
Escuta este silêncio murmurado por um único momento, aquele que tanto prazer nos deu e que as palavras não permitem decifrar.
Tentei desenhar sensações mas isso tornou-se demasiado difícil, mas mais difícil foi transmitir o intransmissível sentimento descrito na utopia das palavras fazendo delas um sentimento único, levando-te onde os outros tentaram levar-te, mas só eu consegui...
Tudo nos passou pela cabeça, mas foi ao descer bem devagarinho pelos nossos corpos, que tivemos o nosso prazer, os picos foram exactamente no nosso coração, nos nossos peitos.
Atingindo o clímax no meio das pernas, suspirando, gemendo que nem uns loucos por esse sentimento abafado pelo silêncio de um quarto que não nos disse nada e serviu apenas para satisfazer esse sentimento louco. Loucos fomos por querermos algo mais, não apenas o devaneio de um sentimento de uma noite.
Agora sento-me numa secretaria, tento escrever aquele sentimento que foi teu e meu e olhando para trás vejo ainda o suor a pairar no quarto, suspirando por te ter novamente!
Sabes porque te digo isto agora?
Porque o anseio que sinto bater-me no peito é por ti. Não foi só o calor de uma noite, um roçar de corpos, uma noite de sexo louco. Foi o transmitir de sentimento que pensei terem fugido de mim, mais que o sexo foi o amor que transmitimos um ao outro.
Recordo a insónia daquela noite iluminada por palavras mágicas, trocando carícias como apiedando o animal selvagem que existe na nossa alma e teimava revelar-se por inteiro, na escuridão da noite.
Cautelosamente passava com a minha língua pelo teu corpo abaixo excitando-te cada vez mais, embrenhando-me nos teus seios como um louco perdido pela salvação.
Ah! Como manobrava a rigidez dos teus seios e te impossibilitava os gemidos de loba apenas com as mãos.
A língua cálida continuava a descer ao encontro do cálice, onde todas as emoções transbordavam em proporções nunca antes imaginadas.
A cama tremia, ouvia-se o uivo imitado pelo vento e a chuva parecida incomodada à janela.
Mas só por uns momentos! O ruído do amor é ensurdecedor!
Tu rias, conduzindo-me com o teu prazer a patamares desconhecidos e sussurrando ao tom do coração :
- Amo-te !
O tempo fugia à medida que nos uníamos mais numa entrega descomedida como se não houvesse amanhã, como se fossem os últimos minutos e esses nossos.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Pai

Senhor!

Quero entender as palavras que tu escreves, mas não consigo...Fico a pensar nelas, durmo com elas, mas elas continuam a ser uma incógnita para mim como se de estranhos se tratassem... Elas não são iguais? Não falamos a mesma língua? Sim, mas não falamos a mesma linguagem, não temos a mesma sensibilidade, o mesmo tacto com as palavras... Eu deparo-me com elas a desafiar-me e tu é que as desafias...
Talvez seja a grande diferença entre nós. Enquanto eu as tento conhecer, elas a ti ousam conhecer o desconhecido, fazendo de ti misterioso e ao mesmo tempo sábio! Recorro-me do meu vocabulário, que, por sinal, não é vasto, nem tão rico, para te poder descrever mas fica sempre algo, reticências pelo meio, pontos de interrogação que fazem parecer um labirinto que onde só se sabe a entrada e a saída é algo que não existe! Perdoa-me por não conseguir manejar, reformular as palavras... Porque sempre me sinto vazio quando tento que elas sejam minhas, só minhas. Já basta ter-te partilhado, não poder ter-te junto a mim nas noites frias que a minha cama chama por ti e tu não estás. Já basta ter que sofrer em silêncio, soluçar em cima de uma almofada molhada. Levantar-me dessa cama e ir ver a lua, esperando que ela me dê um sinal de ti, que por mais pequeno que fosse já seria melhor que esta angústia. Deparo-me a tentar alcançar nas palavras o que em ti não consigo, preciso de te ouvir chamar por mim, ter-te junto a mim pela última vez para te dizer as palavras certas...
Sinto que partiste, porque sinto que aqui já estiveste, em pleno sortido das máscaras escondidas em que rodeávamos o tempo para podermos viver um para o outro… e agora, de tão confuso, de tão debilitado estar, já nem sei se foi ilusão ou um passado desejado…
Questiono-me. Questiono o meu Universo na busca da solução para o meu sofrer, para que consiga amainar a dor da tua ausência. Sei que nunca virás!
Guardo os papéis que são bocados teus, decorei frases feitas que tanto usavas nessa vida prática que sorridentemente levavas… Sim! Sonho em ser igual a ti!
Em criança eras a minha referência, como os anos passaram encontrei, pelo labirinto da vida, outras pessoas e em outras escritas descrevi-me fascinado pela herança que recebi.
Sabes Pai, quando a noite cai sinto-me outra vez aquela criança com quem brincavas, a quem davas tantos mimos.
Nessas noites de solidão em que o sono me foge, agarro-me a ti e desejo-te de volta, recorro aos teus escritos, para te sentir, para te ver e para que consiga chegar a cada mensagem tua.
Quero entender as palavras que escreveste… mas não consigo!
Paulo Afonso & Le Tab

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Dois caminhos...


Se eu pudesse
Seria o verso
Na espera que fosses
Reverso.
Se eu soubesse
Seria o caminho
Que atravessa feito
Alameda florida
O teu caminho,
Onde havemos
De nos encontrar qualquer dia.
Se eu...
Ao menos fosse o que querias
Que tivesse sido.
Tudo poderia
Ter sido diferente.
Tudo nos passou
Pela mente.
Ideais,
Fantasias
Passando agora tudo
De recordações.
De um verso
Esquecido
Dum caminho em branco...
De algo a dois
Que terminou
Num só!
Se eu...


Isabor Navarro & Le Tab

domingo, 13 de janeiro de 2008

Natal, todos apregoam ao vento...vem ai o natal!


Natal, todos apregoam ao vento...vem ai o natal! Mas souberam o que quer dizer o natal verdadeiramente. Esta época, não passa mais de uma época para consumo. O consumo exacerbado, que as economias de escala deixam nas nossas sociedades. Aquele natal, onde todos se juntavam a mesa para saborear os doces, para juntar a família, o calor da lareira a ouvir os mais velhos a contar histórias mirabolantes.
Já lá vai esse natal, agora é a época onde a criança escolhe o presente que quer, reclama por não ter o tal presente. Os pais como não tem tempo para elas, compram o seu afecta a sua atenção dando-lhes tudo o que elas querem, esquecendo o mais importante o carinho, o gesto, uns minutos de atenção... Para onde caminharemos?
Acho que caminharemos para o mundo onde o dinheiro comprará tudo, onde tudo não passará de uma grande ilusão. Onde deixará de haver sentimentos, nem carinhos, nem manifestações nem gestos... onde a solidão reinará, a tristeza, a revolta, no fim de contas será uma luta pela sobrevivência, onde só o mais forte viverá...o resto morrerá...
Deixo uma pergunta será que vale a pena viver neste mundo? que se transforma a cada dia para pior.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Máquina de escrever


Escrevo por detrás um homem que fui, ou sei nem sei bem o quê. De uma máquina de escrever antiga. Muitas histórias poderia ela contar em voz alta, mas deixou que eu falasse por ela... Dizendo tudo o que queria dizer que nunca teve coragem para tal. Um ser que nunca fui tratado como tal, muitos ousaram passar as mãos por cima dela. Mas sem cuidado e o requinte que merecia. Talvez por não saberem distinguir entre tocar de leve e tocar com sensibilidade com sentimento. Manejando como se de um corpo tratasse, explorando as suas fragilidades, fraquezas, polivalências. Mas isso tudo para um leigo é tudo a mesma coisa. Para alguém que sabe do que fala, alguém que escreve por sentir necessidade de escrever, não alguém que escreve apenas por necessidade. Sabendo tocar, respirar com ela, levando a ela executar manobras delicadas, proezas nunca antes imaginadas. Olhando para ela não como um troféu mas como uma conquista de amor, deixando a tinta na pele da nua folha branco os seus filhos, a sua obra-prima. Fazendo deles confidentes de noites abafadas, húmidas, quentes, suadas por essa temperatura abafante mas excitadas com o desenrolar dos acontecimentos. Sentindo prazer a cada tecla tocada, como se da primeira vez se tratasse. Isto seria como ela queria ser lembrada...mas lembrarão-se dela assim?

domingo, 6 de janeiro de 2008

Incauto



Sou apenas um homem rancoroso e mórbido....

Dado ao mísero que me cabe, só sobrevivo

Tendo n'outra vida, n'outra sorte me perdido



Um ar que sustive e que de boca aflora

Embora causa ao ser não tivesse,

E insiste o tempo sorrateiro,

Em não dar-me o descanso que mereço.



Vitimado, tendo a paz sorrateiramente roubada....

Por uma alma caridosa, vendo a minha não ser poupada

Não a sendo , ao gasto derramado pelo corpo

Minha mente n'outros cantos andam....



A dor fala por mim, salta diante dos olhos menos atentos...

Fazendo dela as páginas do meu livro ensanguentado..

Recriando factos que se apagavam da mente,

Desde então vivo por ela atormentado.


Torna a vida em puro sangue!


Junior A. & Le Tab (eu)