domingo, 22 de junho de 2008

Não sei escrever...



Hoje admito que não sei escrever… Por muito tempo, ousei pensar que sabia escrever, sabia desenhar os contornos das letras nos papéis em branco. Hoje li e reli alguns autores de quem admiro, fiquei abismado, com a escrita deles. Reflecti e cheguei a conclusão, ter um longo caminho a percorrer, até poder considerar que sei escrever. Poderiam enumerar vários nomes, seria uma lista interminável, por isso deixo um leque reduzido para não se cansarem de ler quem são esses autores: Trabisdementia, Júnior A., Horriscausa, José Torres, Vera Silva, MariaSousa, entre muitos outros.
Perco-me nas palavras deles, sinto-me mergulhado por uma onda êxtase, entro noutro mundo. Silencio-me, o mundo para, o silêncio reina e fico a li uns minutos a lê-los a contempla--los e nada mais importa nesse momento. Nesse momento é um ar que respiro, uma ilusão que toca no meu coração. Só preciso desses momentos uma vez por dia para poder sentir-me preenchido com as palavras, com as emoções.
Agora ninguém me leva a mal, não saber escrever pois tive ousadia, a coragem que a muitos lhe falta. Para dizer bem alto que pensam saber escrever. Escrever é muito mais do que pegar numa caneta, num lápis e começar a desenhar letras, isso qualquer um conseguia. Tem regras, tem emoções, tem sentimentos, isso está para além dos livros de ensino. Está na escola da vida. Não julguem que não gostava de poder dizer bem alto: Sou escritor! Mas de verdade, não uma mentira que dita muitas vezes, se tornou verdade.
Deixo uma imagem um som, para as palavras que não consigo encontrar, descrever, pois elas não se dignificam a bater a minha porta e ficar comigo, conversando, ditando as regras, seduzindo e deixando o momento rolar, inspirando numa noite de lua cheia. Em que a luz é tão límpida que se reflecte no mar, desenhando contornos indescritíveis. Numa praia isolada, onde só o silêncio nos ouve, desenho as letras que um dia queria poder escrever para todos, para alguém para ti que me lês agora!