sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Violência


Hoje quero reinventar-me nas palavras, calar a obscuridade que na noite me trás. Obscuridade que consume-me, o rosto húmido de vergonhas silenciadas por essa noite que se fecha em quatro paredes. Nada diz, mas tudo vê, tudo sente, são as minhas melhores amigas, pois só elas sabem o que passa comigo. O meu orgulho não permite, que revele, mas elas sabem.
Seria melhor se conseguisse contar alguém, o meu sofrimento, a minha tristeza, as minhas nódoas negras. Alguém jamais poderá pensar que é verdade, mesmo que contasse, ninguém acreditaria. Por isso sofro em silêncio, silêncio este que destroí-me.
Quando começaram as nódoas negras?
Não sei, já sou traído por uma memória envelhecida... Tento levantar a cabeça, mas já nem para isso tenho forças! Quero apenar dizer com estas palavras ao mundo, senão silenciarem-me: é que por mais que digam todos os seres humanos sofrem. Uns sofrem em silêncio, pois ninguém os escuta, ouve, lhes da atenção. Estão a sua mercê, como uns moribundos que já não merecem atenção de ninguém. Todos batem-me, sofro de violência psicológia e física. Não importa no final se sou homem ou mulher, pois por mais que digam que só existe mulheres a sofrerem deste mal, hà muitos casos silenciados por homens que tem vergonha de dizer que também o são. Todos se escondem, pois pensam que assim poderão viver melhor. Estão errados, só se apercebem quando lhes toca a porta, quando toca, muitas vezes entra sem pedir licença, quando dão por si, já faz parte da rotina.