quinta-feira, 14 de junho de 2007

Mãos dadas


-Tuas mãos são deleite de poesias,

Fortes como rochas, como pedras,

Doces, suaves, quando me acaricias.

Belas são tuas mãos negras!



-Tuas mãos são como pétalas de rosas

Com elas toda a tristeza me arrancas.

São ternas, são vaporosas,

Lindas, perfeitas e tão brancas.


De mãos dadas vencemos

O preconceito imundo.

Com nossos versos crescemos

E de mãos dadas mudamos o Mundo.

Mundo este que está feito
Para não ser mudado
Pois quem nasceu branco é perfeito
E o negro é o pobre coitado

Que nas mãos de Deus é iluminado
Mas nas mãos dos homens
É o ser mais crucificado
O branco apenas dá ordens

Marther Lurther King dizia
Eu tenho um sonho,
Só espero por esse dia...


Dueto com Vera Silva

Não vou à rua

Não vou à rua porque tenho medo,
e talvez até vergonha
de tentar fugir ao tempo.
Tenho medo de encontrar
alguém que me poça encarar,
tenho vergonha de olhar
a pessoa que irei amar.
Não consigo sair,
é mais forte do que eu.
E quando sai-o, por obrigação,
olho sempre para o chão,
pois assim não vejo,
no rosto, a expressão.
É verdade,
já tentei pôr termo à vida,
só para ver se não sofria.
Mas já vi que não vale de nada...
Portanto,
só me resta uma coisa:
viver de cabeça erguida,
e não ter vergonha de assumir
que sou homossexual.
E se me questionarem,
eu digo:"qual é o mal?"
Não incomodo ninguém...!
Apenas vivo a minha vida,
Por que se incomandam comigo,
Tonando a minha vida num inferno,
Será que algum dia vai mudar?
Será que algum dia não serei olhado de lado?
Espero por esse dia, será um sonho tornado real!
Mas enquanto não acontece, terei de aguentar com esses olhares...
Que me matam, só com olhar, que sociedade que ousa dizer ser liberal...