domingo, 24 de janeiro de 2010

Uma mulher misteriosa

Saio deste quarto minúsculo, mais parece uma caixa de fósforos. De forma rectangular, minúsculo que nem dá para meter um armário. Estico os meus braços deitado na minha cama e quase que atinjo a parede do outro lado desta caixa. Parede esta, cheia de buracos, com um simples desenho para preencher este vazio do meu quarto. Tenho o privilégio de estar num quarto só para mim e de ter um espelho. A porta range sempre que se abre, já falei com a senhoria mas ela finge que não me ouve… ou então não me ouve mesmo, pois coitada já há muito passou o tempo da sua validade tem quase 90 anos, porém para gritar e coscuvilhar a vida alheia está sempre cheia de genica.
Saiu do quarto, pois já me esta a sufocar e fico mais deprimido quando estou lá, com isto, estou seguro que nunca mais terei claustrofobia, a única coisa boa deste quarto. Vou deambulando pela rua meio vazia… a noite veste-se de gala, aperalta-se toda, pois a lua está brilhante como nunca a vi, incandescente brilho que ofusca qualquer brilho por si já resplandecente, que caminhe neste “nosso” planeta de qual damos o nome de Terra. As estrelas parecem vivas, de tal maneira, que me parece um perfeito colar a lua. Ela não se faz rogada, brilha para não ficar atrás. Vou deambulando vendo os moribundos do costume, a beberem do mesmo vinho de sempre, a dizerem as mesmas graçolas e a revolta de sempre quase acabando em pancadaria. Outros que mal se aguentam, agarram-se aos postes de luz, para assim terem uma luz no seu pensamento e recordarem o caminho para casa. Continuo enjoado com este, fedor, este mal estar destas ruas. Viro na curva a direita, eis que me deparo com uma bela donzela. Uma raridade por estes lados, então vêem-se os homens a salivar como cães famintos, por um osso de extrema escassez para eles. Como se ela fosse um pedaço de carne, enfurecidos os olhos deles para ver quem apanha o primeiro o osso. Não consigo parar de olhar, não com olhar faminto. Mas um olhar de surpresa por esta mulher, de pele esbranquiçada, olhos pretos mais parecem duas azeitonas, os seus lábios carnudos vivos e cheios. O seu cabelo longo e liso ruivo, a sua altura é média, normal para uma rapariga, os seus cheios preenchem totalmente uma mão e talvez as duas. As suas pernas deliciam qualquer um. Veste-se com um vestido longo e preto, com um decote que faz desesperar qualquer um em forma de v. As costas a mostra, sapatos pretos, um colar cintilante de pérolas, um chapéu preto…

sábado, 27 de junho de 2009

Gesto de Amizade

Pequeno pedaço de ti...


Atravessei um continente, um oceano… Onde cheguei tudo parecia mágico. Onde havia felicidade em cada esquina, onde o ar tornava-se numa lufada de amor. Quando retornei ao ponto de partida, só vi tristeza, ódio, pessoas revoltadas que não valorizavam as pequenas coisas da vida. Não valorizavam a bela terra que tinham. Achavam tudo o que havia no estrangeiro melhor, resumindo nada prestava. Estranhei este sentimento, de pessoas. Começava habituar a este distanciamento, esta frieza, crueldade destas pessoas. Andava a vaguear deambulando sem sentido ou destino. Ia onde os meus pés me levassem. Num ápice de um segundo, reparei numa mulher estava cruzando a multidão, até bati sem querer numa pessoa, de tão distraído que estava. Olhar dela, cativou-me logo, como sorria, como olhava. Um olhar sedutor e terno cheio de carinho para dar, por detrás de uma infelicidade de um momento, uma lágrima escorria pelo olho. Mas mesmo assim dava para ver como era bela. Fiz a mesma rotina vários dias, só para poder a ver, só para poder sentir um pouco mais feliz, sentir o perfume dela fazia-me sonhar acordado. Acabei por entrar na vida dela, dias mais tarde, a minha persistência versus resistência acabou por dar certo. A partir desse momento, vi que algo dentro de mim mudava não sabia explicar apenas sentia, não havia palavras. Apenas sentimento. Tornamos-nos inseparáveis, criamos laços fortes de amizade, cumplicidade trocamos apenas com olhares. As palavras eram desnecessárias, pois o silêncio preenchia todo.
Uns anos mais tarde voltei atravessar o oceano, o continente, foi necessário para descobrir algo que já sabia a muito tempo mas não tinha coragem de dizer a frente do espelho. Tinha-me apaixonado por essa bela mulher, por uma mulher indescritível, inesquecível, inigualável que alguma vez existiu ou existirá!
Comprei o primeiro bilhete de volta, para me entregar por completo a ela. Silenciar o silêncio dizendo as palavras que jamais ousei dizer algum dia. Retornei ao mesmo lugar onde a conheci, onde os meu coração bateu pela primeira vez. Mas para meu espanto e desilusão, não estava lá. Procurei por todo o lado, que poderia imaginar mas não a encontrei em algum lado. Espero um dia voltar a vê-la. Para o sol brilhar mais uma vez. Para desaparecer a tempestade que está minha volta. Quanto mais longe, mais distante estou mais perto me sinto dela, numa encruzilhada de sentimentos estou. Num abismo de torturas me encontro não sei sair dele. No dia de hoje faço uma última tentativa, regresso ao jardim onde te vi e me apaixonei por ti sem querer, sem pedir licença, nem autorização se instalou no meu coração. Sento-me no mesmo banco onde estavas, recomeço a recordar cada segundo, como se fosse agora. Estava um calor abrasador, corria apenas uma leve brisa o suficiente para levantar o teu cabelo, esvoaçando com o vento. A primeira vista era uma pessoa vulgar. Mas reparei como olhas ternamente para as crianças, estampavas um sorriso tridente. Não deixavas ninguém indiferente a tua passagem. O jardim era rodeado de árvores e rosas. A tua pele branca com o calor e naquele jardim parecias um autêntico anjo descido do céu. De tão pura e angelical que transmitias no teu olhar. Deixei lá este texto no banco de jardim. Quem sabe senão encontravas lá este pedido para nos reencontrarmos-nos outra vez, pelo menos só mais uma vez. De seguida fui a praia. Aquele que só tu sabias, por ser tão escondida, chamavas o teu recanto de sonhos que só tu sabias e um dia mostraste-me a mim e mais alguém o tinhas mostrado. Ficava por entre um vale, que jamais ousavam passar por ser tão denso e tão escuro, parecia daqueles que em pequenos nos contam para nos assustarem. Mas recompensava, uma água tão cristalina, reflectia a nossa imagem parecia um autêntico

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Às vezes...


Às vezes deparo-me a olhar para o horizonte sem nada ver, sem ter nada para sentir...Apenas olho e vejo o reflexo de mim espelhado para um horizonte cheio de nadas, cheio de tudos. Querendo saber as respostas mas ficando com mais dúvidas... Depois adormeço acordado com esse olhar na minha mente, que permanente ficou num ar. Algo para pensar, mas não quero pensar apenas quero viver, sem ter que ter de pensar apenas agindo. Sendo louco por vezes, inconsciente, sou levado por uma emoção de um momento, por um capricho que noutra altura diria que não pela razão. Agora ajo com coração, deixo que me leve, por esse caminho que às vezes não é o mais correcto.
Silencio-me no nada, respiro as palavras para as poder escrever … Espero pelo momento certo, e redijo numa folha de papel. Levo ao mar, pego numa garrafa e ponho lá um pedaço de mim ponho uma rolha e deixo que o mar a leve. Ao princípio começou por ser um desabafo, duma escrita, que havia sido abafada dentro de mim. Agora é uma rotina periódica, ponho as mágoas numa folha de papel, esperando que sobre ondas do mar me traga a felicidade. Quando alguém me ler perceberá porque às vezes me sinto só, mesmo estando rodeado de mil pessoas. Sinto-me num vazio enorme, quando tenho a volta toda a felicidade que toda a gente deseja ter. Por isso ás vezes mais vale não escrever, mais vale, por na garrafa o silencio do nosso coração para alguém poder nos compreender melhor, em vez de um punhado de palavras preenchidas a dedo, para parecer que o vazio foi preenchido.
Às vezes…

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Ingénuo sou?


Chamaste-me louco por dizer que gosto de ti
Louco sou e serei por dizer a verdade?
Então serei a pessoa mais louca a face da terra
Pois nada é relevante sem a tua presença...
Sem o teu sorriso, a tua ternura que me conquista
A cada segundo, ficando eu rendido a ti...
Precisando de ti para viver, para minha vida ter valor
Será que descobri o amor? Isto que tantos apregoam de amor?
Ingénuo sou, pois nunca me apresentaram...
Esse ser a quem dão o nome de amor...
Mas se for, porque ele está sempre no meio de nós...
Fazendo chorar constantemente em vez de me trazer alegria?
Então prefiro não amar e ser feliz ao teu lado!
Prefiro viver esta vida sem temer algo entre nós...
Que faça com que um dia, te leve e me deixe só...
Apenas te quero junto a mim...

terça-feira, 8 de julho de 2008

Consciência

Um dia, uma menina muito bonita chegou ao pé de mim e disse-me que eu poderia conquistar tudo o que quisesse se fosse rico e poderoso, menos o amor da minha amada, e que aí, teria de optar ou pela riqueza e poder ou pelo amor. Fazendo-me ver, assim, as consequências das duas opções. Se optasse ser rico e poderoso, seria infeliz, egoísta, mesquinho e orgulhoso. Criaria muitos inimigos, não teria qualquer amigo nem o amor da minha amada. Quanto mais poder e riqueza eu tivesse, mais solitário seria. Nunca iria conseguir comprar o amor e a amizade das pessoas, que continuamente iriam-se afastar de mim. Mas, se optasse pelo amor seria feliz e teria o amor e a amizade de todos. Poderia não ter poder suficiente nem ser rico, mas se lutasse pelos meus objectivos, veria que independentemente da riqueza e do poder, teria tudo o que desejava. Porque o poder e a riqueza só nos faz sofrer, torna-nos em seres solitários. Então percebi que a menina mostrou-me o que de mais valioso havia na terra... o amor. Por isso lutei pelo amor da minha amada, e pela felicidade das pessoas que mais amo. Posso não estar em todo o lado, mas os meus amigos sabem que lá estarei, quando precisarem. Admito mesmo assim, que tenho erros e defeitos. Mas essa menina mostrou que ninguém é perfeito. Louco é aquele que julga sê-lo. Essa menina é a nossa consciência, e diz-nos tudo o que devemos e não devemos fazer. Infelizmente nem sempre a queremos ouvir, por vezes a verdade doí muito, e faz-nos sofrer. Sei que estou mais maduro, pensando de maneira diferente, e antes de fazer as coisas. A menina ajudou-me a erguer a cabeça nos momentos mais infelizes e agora sou feliz porque aceitei a sua verdade. Sim doeu, mas ultrapassei essa dor vendo o o quanto ela é importante para mim. E Como faz parte da minha vida!

domingo, 6 de julho de 2008

Televisão...


Ligo a televisão e a primeira coisa que vejo, é a morte de uma criança numa barragem. A notícia a seguir é sobre outra morte de um pai e um filho. Só existem notícias más para dar? Só o terror é que faz audiências? Se sim, como está o caso Casa Pia? Há tanto tempo que não oiço falar sobre ele. Alguém foi condenado? Não sei, já não deve ser suficientemente interessante para dar audiências, o caso Apito Dourado vai no mesmo sentido o esquecimento. Mas temos mais casos, como por exemplo o caso Maddie, antes era largos minutos de tempo do noticiário, agora nem um minuto. Mas poderemos ir ainda mais longe, falar sobre o que realmente as pessoas preocupam-se no seu dia-a-dia... Os problemas sobre os deficientes, isso não é importante chamarem atenção? É a sociedade onde vivemos, onde o sensacionalismo, supera tudo... Onde os canais de televisões, fazem de tudo para ganhar a guerra das audiências!
Mas esquecem-se que do outro lado do ecrã, está uma pessoa, que quer informações realmente importantes para a sua vida... Quer programas lúdicos, para poderem progredir como ser humanos, não querem mais vasculhar e invadir o máximo da privacidade das pessoas que se intitulam como famosos... Os não famosos são tão ou mais importantes que os famosos pois são o povo, são aqueles que fazem progredir ou não o país, por isso não se esquecessem daqueles que fazem vocês terem audiências....

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Simples descrição de mim...


Em 23 de Março de 1985 lá nasci Bruno Alexandre Luís Esteves Taborda, na maternidade Alfredo da Costa. Só conheci um lugar para morar, desde que nasci em Telheiras. Andei na escola nª57 de telheiras, passei pela escola básica 2+3 de telheiras, Escola secundária David Mourão Ferreira, Escola Secundária de Camões, na universidade tirei um curso de contabilidade e administração no instituto superior de ciências da administração.
A escrita nasceu em mim devido em grande parte ao meu pai, como era tipógrafo insistia muito na escrita. Nunca fui muito bom em português, mas na parte criativa das composições tinha sempre boas notas. Aos 13/14 anos não consigo precisar muito bem, li um livro que marcou bastante Os Miseráveis, muito denso, muito descritivo. Lembro-me na altura ter achado muito aborrecido, mas foi a partir dele, também do meu irmão do meio que comecei a gostar da leitura.
Hoje em dia devoro livros, não consigo estar muito tempo sem ler. Comecei a escrever, talvez dos meus 15 anos, passar para o papel o que não conseguia dizer em palavras, desabafar sentimentos, emoções, apenas vontade de escrever algo. Mas comecei amar a escrita, a uns três, quatro anos, quando gostei muito de alguém comecei a escrever textos para ela (intitulava-se menina, para mim continua a ser uma menina bela e mágica, a partir dela aprendia amar verdadeiramente a escrita). Mais amigos meus, como sabiam que gostava de escrever pediam testemunhos, textos, que apenas escreve-se algo para eles. Diziam que tinha talento, tinha qualidades para investir na escrita. Mas houve dois comentários que marcaram e ainda marcam, um deles foi dizer que se reviam na minha escrita, outro foi quando alguém me disse uma vez:”tens tanta sensibilidade que até me arrepias só de ler e sentir as tuas emoções, os teus sentimentos”.
Tenho dois irmãos mais velhos que eu. Deles herdei a sensibilidade, atenção, o carinho e a capacidade de ouvir (irmão do meio). Do mais velho, o poder de argumentação, análise critica, a não me contentar com que me dão a querer sempre mais. Da minha mãe a sensibilidade, a palavra amizade, amor, a entrega completa de forma genuína. Do meu pai, tentar ser sempre melhor, ser correcto e leal, argumentação e contra-argumentação, a olhar para além do evidente, nunca desistir dos sonhos e lutar por aquilo que realmente queremos. A eles, aos meus familiares, amigos e todos os que acreditam e me apoiaram sempre o meu muito obrigado. Espero que nunca vos desilude, espero sempre os surpreender, pois vocês meus leitores são a razão pela qual amo a escrita, vos poder algo que tantas alegrias me dá.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Corro sem parar...


Sei que não tenho jeito, nem encanto para te despertar atenção. Sou mais um que espera que por detrás desta imensidão se faça luz. Que um dia possamos caminhar juntos, sem desconfianças ou medos. Talvez um dia isto não seja apenas palavras, mas actos consumados e uma realidade que agora parece distante. Parece uma miragem ao fundo do túnel, parece estou enfraquecendo a medida que entro neste túnel. Não vejo a luz do dia, sussurra-me ao ouvido o silêncio desta noite.
Faz-me parecer pequeno com tamanha grandiosidade, tento resistir esta negrume solidão que se apodera de mim, sem eu dar conta. Instala-se de mansinho como se sobrevive-se da minha tristeza para viver. Corro até os meus pés sangrarem, corro até a minha respiração parecer tão ofegante que não consiga mais respirar, corro até que o meu coração palpite tanto que se esqueça de se lembrar, corro até o meu pensamento ficar cansado para dormir a seguir. Parece uma luta incessante, em busca de algo que perdi pelo caminho errante. Onde errei? Onde me perdi? Será que vou ter respostas que tanto anseio saber. Talvez nunca vá saber, se calhar quando souber será a minha morte, pois encontrei a razão da minha existência e poderei morrer feliz.
Não me canso de lembrar das pessoas que agora não estão presentes, não canso de pensar em amigos especiais que partiram mas jamais partiram do meu coração, do meu pensamento. Um desabafo? Uma despedida? Não sei uma reflexão de uma vida errante, uma vida sem rumo, que trato por tu, pois já perdi a vergonha a muito tempo, deixando de a tratar por você. Fico a meio caminho do nada, a meio caminho do tudo. Paro e penso corri, corro, mas algum dia me cansei de correr atrás de ti? De você? Da felicidade? Do amor? Nunca, mesmo que fique no meio deste túnel, mesmo que não veja a luz do dia, por isso hoje vou correr outra vez, esperando um dia descansar desta corrida incessante a qual dei o nome de vida, nome minha vida!

domingo, 22 de junho de 2008

Não sei escrever...



Hoje admito que não sei escrever… Por muito tempo, ousei pensar que sabia escrever, sabia desenhar os contornos das letras nos papéis em branco. Hoje li e reli alguns autores de quem admiro, fiquei abismado, com a escrita deles. Reflecti e cheguei a conclusão, ter um longo caminho a percorrer, até poder considerar que sei escrever. Poderiam enumerar vários nomes, seria uma lista interminável, por isso deixo um leque reduzido para não se cansarem de ler quem são esses autores: Trabisdementia, Júnior A., Horriscausa, José Torres, Vera Silva, MariaSousa, entre muitos outros.
Perco-me nas palavras deles, sinto-me mergulhado por uma onda êxtase, entro noutro mundo. Silencio-me, o mundo para, o silêncio reina e fico a li uns minutos a lê-los a contempla--los e nada mais importa nesse momento. Nesse momento é um ar que respiro, uma ilusão que toca no meu coração. Só preciso desses momentos uma vez por dia para poder sentir-me preenchido com as palavras, com as emoções.
Agora ninguém me leva a mal, não saber escrever pois tive ousadia, a coragem que a muitos lhe falta. Para dizer bem alto que pensam saber escrever. Escrever é muito mais do que pegar numa caneta, num lápis e começar a desenhar letras, isso qualquer um conseguia. Tem regras, tem emoções, tem sentimentos, isso está para além dos livros de ensino. Está na escola da vida. Não julguem que não gostava de poder dizer bem alto: Sou escritor! Mas de verdade, não uma mentira que dita muitas vezes, se tornou verdade.
Deixo uma imagem um som, para as palavras que não consigo encontrar, descrever, pois elas não se dignificam a bater a minha porta e ficar comigo, conversando, ditando as regras, seduzindo e deixando o momento rolar, inspirando numa noite de lua cheia. Em que a luz é tão límpida que se reflecte no mar, desenhando contornos indescritíveis. Numa praia isolada, onde só o silêncio nos ouve, desenho as letras que um dia queria poder escrever para todos, para alguém para ti que me lês agora!

sábado, 21 de junho de 2008

Um tu que se tornou num você....


Hoje recordo-me dos momentos passados, das confidencias trocadas. Os sorrisos que pareciam trazer a felicidade eterna. Os olhares que diziam mais que palavras. Gestos trocados com ternura, algo único que jamais se esquecem. Tudo ficou num passado que agira parece longínquo, mas não é assim tão longínquo. A nossa mente é que vive intensamente cada segundo como se fosse o último. Agora recordo com saudades de tu que se tornou num você....

quinta-feira, 19 de junho de 2008

A carta que ja devia ter dito há muito tempo...


Ao fim de muito tempo arrisquei a pegar numa caneta e num papel em branco. A medo comecei a escrever, sobre o medo escrevi. Deixando o rasto de sentimentos, pegadas que formaram um caminho... um caminho com medo de escrever sobre algo, alguém... ou apenas de ti!
Não é isto que a vida se resume. A uma mensagem, a uma ideia, sobre algo, alguém que nos marcou e nos marca para sempre. Alguém que entra na nossa vida, sem darmos conta, se vai instalando, acomoda-se a nós. Quando damos por isso está a nossa frente, desejamos que aquele momento se eternize.
O que começou a medo de um gesto, acabou numa firmeza de um olhar, dumas palavras com real significado.
Agora perdia-me no tempo a falar, mas reservo-me ao silêncio, para dizer as palavras mais belas de um olhar, que dêem a importância do significado dos sentimentos.
P.S- Esta e uma carta que comecei a escrever e terminei agora para enviar a alguém, que longe está de mim, mas perto do coração permanece. Que jamais esquecerei alguém que fez da minha vida se iluminar, fazendo dela um sorriso eterno!

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Respiro nas tuas palavras...


Deste mote eu comecei a escrever. Inebriaste os meus sentidos, com o teu poema. Por pouco ficava sem ar, o meu coração palpitava como se fosse o último segundo da minha vida. Batia de tal intensidade que o meu corpo se arrepiava todo. Ao sentir o teu amor, um amor pelo qual todos desejavam amar. Amar profundamente, até as entranhas da nossa alma. Quando tudo se resumia a um olhar. As palavras não seriam necessárias. O silêncio ecoa mais alto, apenas um desejo consegue elevar mais a nossa paixão. A saudade aperta quando estás ausente. Mesmo estando ausente estás presente. És uma presença contínua no meu coração, ouve sem te ouvir, vê-te sem te ver, fala sem falar. Pois o amor é tudo isso, um jogo de emoções, em que nada mais importa senão poder ter a tua companhia e ser alegre com ela.
Palavras escasseiam, o segundo desapareceu, ficou o silêncio o bater do meu coração forte, olhando para as estrelas, parece que sonho acordado. Descreveste um belo sonho agora quero permanecer a sonhar acordado. Profundamente belo, queria dizer tanto, queria dizer para além das palavras, queria descrever o sentimento que senti ao te ler da primeira ver até agora. Mas elas fugiram, não me deixam pensar, faço força mas nada sai. Tudo fica por dizer, ou será que foi tudo dito, nada dizendo? Despeço-me do comentário, repetindo mais uma vez, arrepiado pelas tuas palavras a ecoarem-me na mente, no ouvido, no coração.
Cada segundo, se torna numa vida contigo. Um momento especial, inesquecível, imemorável, único. Falta-me acrescentar algo, a este texto. Falta-me uma palavra, que faça mudar o sentido do texto. Falta dizer que respiro dos teus poemas, alimento-me das tuas palavras, fazendo delas a minha sobrevivência. Recriando o sonho tornando real. Falta para acabar dizer obrigado, obrigado por teres feito parte da minha vida e agora já partiste saudade mas ficou o amor, para me encher por completo a minha vida e fazer dela um eterno sorriso.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

A arte de perder...


Na vida perdemos sempre algo
Mas como encaramos a perda
É que nos torna grandiosos ou pequenos!

Um sorriso que se perdeu
Num canto, dum olho húmido.
Tornando a felicidade,
Numa infelicidade dum momento!

Um caminho que parecia certo
Levava directamente ao coração
Perdeu-se com as palavras,
Num acto de razão!

Nada faz sentido na perda
Tenta-se compreender o incompreensível
Mas na perda, não há nada compreender.
Apenas e somente respeitá-la tal como ela é!

terça-feira, 18 de março de 2008

Um tu que se tornou num você


Hoje recordo-me dos momentos passados, confidências trocadas. Os sorrisos, que pareciam trazer com eles a felicidade eterna. Os olhares que diziam mais que mil palavras. Os gestos trocados com ternura, algo unico que jamais se esquece. Tudo ficou num passado, agora parece longínquo, mas não é assim tão longínquo. A nossa mente é que vive intensamente, como se fosse o último segundo de vida. Agora recordo com saudades, um tu que se tornou num você.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Loucos por Prazer


Hoje apetece-me escrever algo que te envolva comigo, algo que te faça sentir feliz perspectivando a minha presença.
Não sintas a vergonha de estar ao pé de mim, não penses que estás a mais, apenas deixa que a vontade te envolva em mim.
Escuta este silêncio murmurado por um único momento, aquele que tanto prazer nos deu e que as palavras não permitem decifrar.
Tentei desenhar sensações mas isso tornou-se demasiado difícil, mas mais difícil foi transmitir o intransmissível sentimento descrito na utopia das palavras fazendo delas um sentimento único, levando-te onde os outros tentaram levar-te, mas só eu consegui...
Tudo nos passou pela cabeça, mas foi ao descer bem devagarinho pelos nossos corpos, que tivemos o nosso prazer, os picos foram exactamente no nosso coração, nos nossos peitos.
Atingindo o clímax no meio das pernas, suspirando, gemendo que nem uns loucos por esse sentimento abafado pelo silêncio de um quarto que não nos disse nada e serviu apenas para satisfazer esse sentimento louco. Loucos fomos por querermos algo mais, não apenas o devaneio de um sentimento de uma noite.
Agora sento-me numa secretaria, tento escrever aquele sentimento que foi teu e meu e olhando para trás vejo ainda o suor a pairar no quarto, suspirando por te ter novamente!
Sabes porque te digo isto agora?
Porque o anseio que sinto bater-me no peito é por ti. Não foi só o calor de uma noite, um roçar de corpos, uma noite de sexo louco. Foi o transmitir de sentimento que pensei terem fugido de mim, mais que o sexo foi o amor que transmitimos um ao outro.
Recordo a insónia daquela noite iluminada por palavras mágicas, trocando carícias como apiedando o animal selvagem que existe na nossa alma e teimava revelar-se por inteiro, na escuridão da noite.
Cautelosamente passava com a minha língua pelo teu corpo abaixo excitando-te cada vez mais, embrenhando-me nos teus seios como um louco perdido pela salvação.
Ah! Como manobrava a rigidez dos teus seios e te impossibilitava os gemidos de loba apenas com as mãos.
A língua cálida continuava a descer ao encontro do cálice, onde todas as emoções transbordavam em proporções nunca antes imaginadas.
A cama tremia, ouvia-se o uivo imitado pelo vento e a chuva parecida incomodada à janela.
Mas só por uns momentos! O ruído do amor é ensurdecedor!
Tu rias, conduzindo-me com o teu prazer a patamares desconhecidos e sussurrando ao tom do coração :
- Amo-te !
O tempo fugia à medida que nos uníamos mais numa entrega descomedida como se não houvesse amanhã, como se fossem os últimos minutos e esses nossos.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Pai

Senhor!

Quero entender as palavras que tu escreves, mas não consigo...Fico a pensar nelas, durmo com elas, mas elas continuam a ser uma incógnita para mim como se de estranhos se tratassem... Elas não são iguais? Não falamos a mesma língua? Sim, mas não falamos a mesma linguagem, não temos a mesma sensibilidade, o mesmo tacto com as palavras... Eu deparo-me com elas a desafiar-me e tu é que as desafias...
Talvez seja a grande diferença entre nós. Enquanto eu as tento conhecer, elas a ti ousam conhecer o desconhecido, fazendo de ti misterioso e ao mesmo tempo sábio! Recorro-me do meu vocabulário, que, por sinal, não é vasto, nem tão rico, para te poder descrever mas fica sempre algo, reticências pelo meio, pontos de interrogação que fazem parecer um labirinto que onde só se sabe a entrada e a saída é algo que não existe! Perdoa-me por não conseguir manejar, reformular as palavras... Porque sempre me sinto vazio quando tento que elas sejam minhas, só minhas. Já basta ter-te partilhado, não poder ter-te junto a mim nas noites frias que a minha cama chama por ti e tu não estás. Já basta ter que sofrer em silêncio, soluçar em cima de uma almofada molhada. Levantar-me dessa cama e ir ver a lua, esperando que ela me dê um sinal de ti, que por mais pequeno que fosse já seria melhor que esta angústia. Deparo-me a tentar alcançar nas palavras o que em ti não consigo, preciso de te ouvir chamar por mim, ter-te junto a mim pela última vez para te dizer as palavras certas...
Sinto que partiste, porque sinto que aqui já estiveste, em pleno sortido das máscaras escondidas em que rodeávamos o tempo para podermos viver um para o outro… e agora, de tão confuso, de tão debilitado estar, já nem sei se foi ilusão ou um passado desejado…
Questiono-me. Questiono o meu Universo na busca da solução para o meu sofrer, para que consiga amainar a dor da tua ausência. Sei que nunca virás!
Guardo os papéis que são bocados teus, decorei frases feitas que tanto usavas nessa vida prática que sorridentemente levavas… Sim! Sonho em ser igual a ti!
Em criança eras a minha referência, como os anos passaram encontrei, pelo labirinto da vida, outras pessoas e em outras escritas descrevi-me fascinado pela herança que recebi.
Sabes Pai, quando a noite cai sinto-me outra vez aquela criança com quem brincavas, a quem davas tantos mimos.
Nessas noites de solidão em que o sono me foge, agarro-me a ti e desejo-te de volta, recorro aos teus escritos, para te sentir, para te ver e para que consiga chegar a cada mensagem tua.
Quero entender as palavras que escreveste… mas não consigo!
Paulo Afonso & Le Tab

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Dois caminhos...


Se eu pudesse
Seria o verso
Na espera que fosses
Reverso.
Se eu soubesse
Seria o caminho
Que atravessa feito
Alameda florida
O teu caminho,
Onde havemos
De nos encontrar qualquer dia.
Se eu...
Ao menos fosse o que querias
Que tivesse sido.
Tudo poderia
Ter sido diferente.
Tudo nos passou
Pela mente.
Ideais,
Fantasias
Passando agora tudo
De recordações.
De um verso
Esquecido
Dum caminho em branco...
De algo a dois
Que terminou
Num só!
Se eu...


Isabor Navarro & Le Tab

domingo, 13 de janeiro de 2008

Natal, todos apregoam ao vento...vem ai o natal!


Natal, todos apregoam ao vento...vem ai o natal! Mas souberam o que quer dizer o natal verdadeiramente. Esta época, não passa mais de uma época para consumo. O consumo exacerbado, que as economias de escala deixam nas nossas sociedades. Aquele natal, onde todos se juntavam a mesa para saborear os doces, para juntar a família, o calor da lareira a ouvir os mais velhos a contar histórias mirabolantes.
Já lá vai esse natal, agora é a época onde a criança escolhe o presente que quer, reclama por não ter o tal presente. Os pais como não tem tempo para elas, compram o seu afecta a sua atenção dando-lhes tudo o que elas querem, esquecendo o mais importante o carinho, o gesto, uns minutos de atenção... Para onde caminharemos?
Acho que caminharemos para o mundo onde o dinheiro comprará tudo, onde tudo não passará de uma grande ilusão. Onde deixará de haver sentimentos, nem carinhos, nem manifestações nem gestos... onde a solidão reinará, a tristeza, a revolta, no fim de contas será uma luta pela sobrevivência, onde só o mais forte viverá...o resto morrerá...
Deixo uma pergunta será que vale a pena viver neste mundo? que se transforma a cada dia para pior.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Máquina de escrever


Escrevo por detrás um homem que fui, ou sei nem sei bem o quê. De uma máquina de escrever antiga. Muitas histórias poderia ela contar em voz alta, mas deixou que eu falasse por ela... Dizendo tudo o que queria dizer que nunca teve coragem para tal. Um ser que nunca fui tratado como tal, muitos ousaram passar as mãos por cima dela. Mas sem cuidado e o requinte que merecia. Talvez por não saberem distinguir entre tocar de leve e tocar com sensibilidade com sentimento. Manejando como se de um corpo tratasse, explorando as suas fragilidades, fraquezas, polivalências. Mas isso tudo para um leigo é tudo a mesma coisa. Para alguém que sabe do que fala, alguém que escreve por sentir necessidade de escrever, não alguém que escreve apenas por necessidade. Sabendo tocar, respirar com ela, levando a ela executar manobras delicadas, proezas nunca antes imaginadas. Olhando para ela não como um troféu mas como uma conquista de amor, deixando a tinta na pele da nua folha branco os seus filhos, a sua obra-prima. Fazendo deles confidentes de noites abafadas, húmidas, quentes, suadas por essa temperatura abafante mas excitadas com o desenrolar dos acontecimentos. Sentindo prazer a cada tecla tocada, como se da primeira vez se tratasse. Isto seria como ela queria ser lembrada...mas lembrarão-se dela assim?

domingo, 6 de janeiro de 2008

Incauto



Sou apenas um homem rancoroso e mórbido....

Dado ao mísero que me cabe, só sobrevivo

Tendo n'outra vida, n'outra sorte me perdido



Um ar que sustive e que de boca aflora

Embora causa ao ser não tivesse,

E insiste o tempo sorrateiro,

Em não dar-me o descanso que mereço.



Vitimado, tendo a paz sorrateiramente roubada....

Por uma alma caridosa, vendo a minha não ser poupada

Não a sendo , ao gasto derramado pelo corpo

Minha mente n'outros cantos andam....



A dor fala por mim, salta diante dos olhos menos atentos...

Fazendo dela as páginas do meu livro ensanguentado..

Recriando factos que se apagavam da mente,

Desde então vivo por ela atormentado.


Torna a vida em puro sangue!


Junior A. & Le Tab (eu)

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Falta-me algo...

Sinto a tua falta, sinto a falta de um olá que fazia-me sorrir. Aquele anjo que me fazia sorrir perante as adversidades, agora mais que nunca vejo que me falta algo, algo que outrora diria que era insignificante. Hoje digo que é essência para viver. Não peço perdão porque perdão não se pede evita-se, talvez nunca devia ter dito nada. Porque parece quando mais falamos, menos queremos falar. Algo se apodera de nós e nos deixa inconscientes, falta-me algo... falta-me algo...algo que um dia chamei de amiga, agora sinto ausência pois fiz com que se ausentasse espero que volte depressa, pois agora vejo como ela é importante, pois a vida sem amigos é como uma vida sem esperança!

Espero que me perdoes, por ter dito e feito o que jamais devia ter feito... Perdoa-me por um dia ter sido infantil, por um dia ter feito parecer que a nossa amizade era insignificante...

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Corro sem parar


Sei que não tenho jeito, nem encanto para te despertar atenção. Sou mais um que espera que por detrás desta imensidão se faça luz. Que um dia possamos caminhar juntos, sem desconfianças ou medos. Talvez um dia isto não seja apenas palavras, mas actos consumados e uma realidade que agora parece distante. Parece uma miragem ao fundo do túnel, parece estou enfraquecendo a medida que entro neste túnel. Não vejo a luz do dia, sussurra-me ao ouvido o silêncio desta noite.
Faz-me parecer pequeno com tamanha grandiosidade, tento resistir esta negrume solidão que se apodera de mim, sem eu dar conta. Instala-se de mansinho como se sobrevive-se da minha tristeza para viver. Corro até os meus pés sangrarem, corro até a minha respiração parecer tão ofegante que não consiga mais respirar, corro até que o meu coração palpite tanto que se esqueça de se lembrar, corro até o meu pensamento ficar cansado para dormir a seguir. Parece uma luta incessante, em busca de algo que perdi pelo caminho errante. Onde errei? Onde me perdi? Será que vou ter respostas que tanto anseio saber. Talvez nunca vá saber, se calhar quando souber será a minha morte, pois encontrei a razão da minha existência e poderei morrer feliz.
Não me canso de lembrar das pessoas que agora não estão presentes, não canso de pensar em amigos especiais que partiram mas jamais partiram do meu coração, do meu pensamento. Um desabafo? Uma despedida? Não sei uma reflexão de uma vida errante, uma vida sem rumo, que trato por tu, pois já perdi a vergonha a muito tempo, deixando de a tratar por você. Fico a meio caminho do nada, a meio caminho do tudo. Paro e penso corri, corro, mas algum dia me cansei de correr atrás de ti? De você? Da felicidade? Do amor? Nunca, mesmo que fique no meio deste túnel, mesmo que não veja a luz do dia, por isso hoje vou correr outra vez, esperando um dia descansar desta corrida incessante a qual dei o nome de vida, nome minha vida!

sábado, 22 de dezembro de 2007

Livro em branco(para todos os lusos poetas)


Dizem que cresci, deixei de ser um miúdo para ser um homem. Já me aguento sozinho sem ajuda de ninguém. Até há quem diga que tenha picos de genialidade, nada de mais errado. Não quem dizem ser, não passa de palavras mágicas de ilusões, feitas através de palavras que escondem sentimentos.
Sou um mero errante das palavras, que mesmo sem saber um dia me cruzei numa esquina, numa tabuleta onde dizia entra. Alguém me disse entra, não tenha medo aqui vai se sentir em casa, aqui vai se descobrir, descobrir o poder das palavras. O mistério que se esconde por detrás delas. Folheei todos os livros, todos de autores desconhecidos, encantei-me devorei todos, até chegar ao último e perguntar não há mais?

O silêncio imperou e a voz ao fundo respondeu outra vez:
-Falta o teu!
- Mas eu não sei escrever, não sei o que é escrever, junto palavras, que formam textos e algumas pessoas dizem que é fica bonito!
-Eu era como tu, quando era novo, escrevia sem parar, filosofias, angústias, revoltas que atormentavam o meu pensamento! Para veres, até acordava durante a noite para escrever... Depois aprendia poesia, foi amor a primeira vista, ela me adorou e eu a ela. Fazíamos tudo juntos, parecia que éramos um par de namorados loucos de amor. No fim descobri que também não sabia escrever, mas sabes o que ela me disse?
-Não, diz por favor...
-Não faz mal meu amor, podes até nem saber ler, podes escrever mal, mas desde que escrevas com sentimento e aos poucos indo corrigindo os teus erros... no final serás idolatrado, não por escreveres para a elite, mas sim por escreveres para aqueles que ouvem o coração....
-Mesmo assim...tenho medo de errar, de as tratar as mal, de não conseguir ser bom com elas. Tenho medo de as magoar. Fazendo mais mal que bem...
-Ai está, tu mostras ter sentimentos, primeiro vais ter de cair, aprende as tratar com carinho, aos poucos elas vão se tornar confidentes de ti...
-Porque é que não tens aqui ninguém conhecido?
-O que é ser conhecido para ti?
-Aqueles autores famosos e conhecidos por todos, além fronteiras...
-Meu caro amigo, aqui se vais para ser famoso esquece, aqui só a gente desconhecida, gente que mal ou bem tenta tratar por tu as palavras. Alguns fazem magia com estas, outros transportam-nos para o mundo dos sonhos. Outros mostram o que é amor, aqui poderás não encontrar fama, mas encontras tudo o resto que nesse mundo nunca encontrarás...
-Como poderei dizer ao mundo, onde encontrar este canto?
-Basta que digas, que sigam as palavras, os sentimentos, vão encontrar de certeza, espero pelo teu livro, aquele em branco que nunca escreveste, que anseio ler, devorando todas as palavras, pois sei que és capaz...
-Obrigado por me teres dado o teu ombro, por teres tido orgulho em mim, de confiares um pouco e dizeres quem és mesmo não dizendo o teu nome. Agora sei quem és, apesar de continuar a ser um mero mortal, um mero amador, quem nem poeta, nem o escritor o é, vive agora com o coração cheio de amor, por um dia te ter conhecido.
-Não digas isso, eu sou um mero também, abraço-te de braços abertos, recebo o teu carinho e retribuindo igualmente com toda a força, agora que vais não te esqueças, és um amador, quem sabe nunca serás famoso, mas um amador cheio de amor e sentimento.
Parti com alegria e espanto, nunca tinha visto tanta alegria e amor, em palavras, não eram meras palavras mas sim actos, sentimentos bem reais, para não imaginar que estava a sonhar. Quando sai , olhei para a tabuleta e vi aqui é o cantinho do lusos poetas, embora não haja famosos há muitos com vontade e que amam de verdade a escrita. Foi assim que espalhei ao mundo este cantinho onde realizei um sonho, o de escrever o meu livro em branco.
( se quiserem visitar este cantinho, deixo aqui o link: http://www.luso-poemas.net/)

domingo, 9 de dezembro de 2007

O poder das palavras...

Algo me silencia, este silêncio perturbador, este algo que ficou por dizer... Parece uma repetição, incógnita, do que um dia foi escrito, falado, comentado, revisto. Agora não passa de uma memória, esquecida por entre livros, entre o pó e as cinzas do esquecimento. Um dia tive tudo, tudo que um ser humano pode desejar... Tinha felicidade, amor, uma família, sucesso, reconhecimento, riqueza e paz de espírito.
Não tenho nada agora, sou um zé-ninguém, todos passam por mim, mas ninguém reconhece, por um erro que cometi fui esquecido para todo sempre! Quem não comete erros, uns são perdoáveis, outros não. Fiz o que se devia ter feito, expressei-me livremente, ingénuo era, pois pensava que vivia num país livre de opiniões sem preconceitos ou restrições a liberdade.
Fizeram tudo para calarem-me, como se de uma epidemia se tratasse, tinham de conter antes que se alargasse e tornasse proporções inimagináveis. É assim, por uma simples frase se atinge o céu ou inferno, tudo muda num segundo.
Tudo aconteceu por ter manifestado a minha opinião crítica sobre uma política que não achava mais correcta, era eu um jovem director de um jornal. Tinha inteligência, carácter e personalidade forte, grandes ambições e todos consideravam que o sucesso estaria aos meus pés, mas como todos os jovens era revoltado e lutava contra as injustiças. Essa mesma característica levou-me ao sucesso e ruína, pois quando comecei um jovem licenciado a procura de algo que despontasse para uma carreira feita de grandes feitos. Consegui uma entrevista com um dos grandes opositores, ao governo, fez páginas e páginas, sorte a minha que passados poucos dias o governo era derrubado, entrava em cena, o político que uns dias antes tinha entrevistado. Parecia uma nova era a renascer, tudo parecia uma novidade. Era do consumo apareceu cheio de força, tudo era novo, cheirava a novo, casei-me com a mulher que conheci nos meus tempos de universidade. Vivia os momentos mais felizes da minha vida, passados cinco anos nasceu o meu filho, fui nomeado director, não poderia desejar mais nada. O pior aconteceu depois dois anos, o governo agora parecia que tinha politicas que mais pareciam de uma ditadura do que uma democracia. Fui avisado várias vezes para me silenciar, mas nunca ligava cada vez era mais revoltado. Até que um dia, quando ia para casa fui interceptado por uns homens, levaram para uns calabouços. Ai fiquei vários dias a ser torturado.
Num dia acordaram-me a meio da noite e fui levado para outro lado, parecia uma velha casa abandonada. Deixaram-me num quarto vazio, onde havia ao fundo desse quarto, uma torneira sempre a pingar, dia e noite parecia a maior tortura. Cada vez mais dolorosas as torturas, não eram físicas mas psicológicas. Passaram dois anos assim, até que sem me aperceber parecia que uma luz entrava no quarto. Era uma nova esperança, consegui fugir, voltar para onde um dia fui alguém. Quando cheguei lá tudo tinha mudado, já ninguém era o que tinha sido. Disseram a toda gente que tinha morrido, a notícia espalhou-se, a minha mulher recomeçou a vida, o meu próprio filho já chamava pai a outro homem. Que mais poderia fazer, para toda gente tinha morrido, se calhar morri mesmo, tão já não valia a pena viver, fui sobrevivendo com as esmolas que as pessoas me davam. Agora sou um farrapo do que fui, já nada mais importa, quero apenas a morte, pois esta vida deixou de importar.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Nada é eterno tudo é efémero

Nada é eterno tudo é efémero, simples palavras, trocadilhos, mas uma mensagem muito mais complexa que poderemos imaginar. Pois no fim só conta isto, tudo e nada, nada e tudo, eterno ou efémero. Quando pretendemos responder o que é amor? Saberemos dizer que é eterno? Então quando esse ente que amamos, morre continuará haver amor?
Será que Deus existe? Aquele Deus que se vê na bíblia aquele ser que todos julgam superior ou não será mais uma efemeridade do ser humano?
Que tenta por todos os meios não se sentir só, nem que seja só por um minuto, quando não temos resposta inventamos algo, para nos consolar esse flagelo. Mas será que todo o que inovar já não foi inventado um dia? Será que a busca incessante que temos todos os dias para descobrir o mistério da vida, o mistério do universo. Já não foi dito, mas como vemos tudo no eterno, não conseguindo ver a efemeridade pensamos que tudo o que nos disseram está errado.
Tudo e nada, nada e tudo. Queremos o tudo e quando temos desejamos ter nada. Como se uma busca incessante em que nada nos satisfaz, nada satisfaz esta fome incessante que temos devorar. No fundo resume a que, a pequenos nadas, a pequenos efemeridades que nos deixam contentes e felizes, mas não queremos o eterno o tudo.
Caindo nos sete pecados mortais: a gula, ganância, a luxúria, preguiça, inveja, orgulho, vaidade. Todos um dia já cometemos um deles, porque pensamos num tudo, achamos sempre que tudo não passa de um status, de um reconhecimento dos outros perante nós. Mas quando e onde vamos nos reconhecer a nós próprios, quando iremos olhar ao espelho e vermos a pessoa que está a nossa frente?
Poderão dizer, isto não passa de uma bela retórica, mas não será a única verdade que temos hoje em dia?
Quando soubermos responder a essas simples questões, saberemos a respostas as mais complexas, pois seremos capazes de olhar com olhos de ver. Com espírito aberto para percamos a complexidade de quem somos, o que fazemos nesta vida e para onde vamos. Não percamos tempo ajuizar tudo e nada, deixemos apenas mo eterno ou efémero.

domingo, 25 de novembro de 2007

Nada é eterno, tudo é efémero.



Nada é eterno, tudo é efémero.
Hoje descobri essa verdade, como a única verdade absoluta, tudo nasce, cresce e morre um dia. Até o que julguei para a toda a vida acaba um dia. Poderemos pensar nos exemplos mais básicos, ou os mais complexos. A verdade de hoje pode ser a mentira de amanhã. Mas não deixa de ser verdade hoje, hoje vive-se num extremo da efemeridade. Como se não houvesse amanhã. Por isso, cada vez penso menos nos outros, acreditamos só em mim. Não consigo mais olhar para um Deus que todos os dias acreditei que existisse, por mais que digam ninguém consegue provar a sua existência, talvez haja algo superior a nós, mas não aquele que muitas religiões apregoam por aí. Com um sentido moral superior.
Mas então pergunto-vos para que viver se no final tudo se resume a uma efemeridade de coisas? Talvez porque essas efemeridades, se tornem algo eterno, uma felicidade, uma busca por um eterno que sabemos que jamais vais existir, mas tentarei sempre alcança-lo. Porque senão fosse assim para que viver? No fim de contas sei que não sairei daqui vivo, mas por saber isso deixarei de viver? Deixar ser quem sou por essa verdade universal?
Acho que o principal é conseguir abster-me disso e viver, tentando sempre alcançar algo que seja eterno, mesmo que no fim se resume a uma efeméride. Questionando tudo e todos, o porquê de certos actos continuarem a ser sempre assim.
Quem sabe um dia chegarei a conclusão, que tudo se resume a um passado com implicações num futuro, tentando absorver tudo num presente nem que seja esse longínquo.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Nossa vida desenhada numa canção, cantada numa tela!


Meço-te em filigranas que teço
a cada palavra que sopras.
A suavidade com que caem sobre mim
confundem-me fada,
matizada pelas cores que centelham do teu sorriso.
Traço-te em contornos que rompem
em pinceladas subtis
de um azul céu e fico-me por ali,
até que escureça a cor
e cintile o brilho dos teus olhos.



Rio seguindo os teus lábios
e mergulho nas ondas
desse mar de água doce
que guarda tesouros no coração.
São teclas de piano as guardiãs...
Pena não saber tocar-lhes!


Deito-me sobre o silêncio que poisa na areia
e espero que as ondas me susurem a música.
Deixo-me embalar
e guardo sob as pálpebras
a tua imagem de noite estrelada
que se deita sobre o mar

P.S- Não fui que escrevi, mas tenho a permição da autora, gostei demais deste poema por isso decidi postar para vocês, espero que gostem tanto como eu gostei!

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Renascimento


Apetece-me rasgar com o passado
Escrever tudo novamente,
Forma de reinventar-me, acordado
Rabiscar o sonho presente!

Tentando apenas presentear
O renascimento do meu novo ser
Uma diferente alma, um novo despertar
Nunca me esquecendo, ao mundo dizer!

Acordei e agora não quero mais dormir
Quero eternamente, de olhos abertos ficar
Para tudo poder ver, e um dia sorrir...
E tudo recordar, os irrepetíveis momentos

Acabando agora por me deixar
neste canto a recordar, e viver...
Num eterno, e melancólico desejar
Tentando jamais, voltar á adormecer!

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Palavras sentidas


Senti cada palavra,
como se fosse a ultima,
tornando-se escrava,
de uma antiga rima
que um dia jurei fazer,
mesmo sem o saber.

Agora revejo este poema,
que queria tornar num lema.
Com melancolia saudosista,
vejo esta pista
que um dia quis seguir,
pelo qual não consegui resistir!

Agora tornou-se um sonho antigo,
ficando eternamente comigo!
Pelo qual chamo amigo...
...que se alimenta apenas da razão,
que anterior fora paixão,
vive agora no passado,
mas serei sempre um eterno apaixonado.

Das memórias antigas guardadas num abraço!

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Violência


Hoje quero reinventar-me nas palavras, calar a obscuridade que na noite me trás. Obscuridade que consume-me, o rosto húmido de vergonhas silenciadas por essa noite que se fecha em quatro paredes. Nada diz, mas tudo vê, tudo sente, são as minhas melhores amigas, pois só elas sabem o que passa comigo. O meu orgulho não permite, que revele, mas elas sabem.
Seria melhor se conseguisse contar alguém, o meu sofrimento, a minha tristeza, as minhas nódoas negras. Alguém jamais poderá pensar que é verdade, mesmo que contasse, ninguém acreditaria. Por isso sofro em silêncio, silêncio este que destroí-me.
Quando começaram as nódoas negras?
Não sei, já sou traído por uma memória envelhecida... Tento levantar a cabeça, mas já nem para isso tenho forças! Quero apenar dizer com estas palavras ao mundo, senão silenciarem-me: é que por mais que digam todos os seres humanos sofrem. Uns sofrem em silêncio, pois ninguém os escuta, ouve, lhes da atenção. Estão a sua mercê, como uns moribundos que já não merecem atenção de ninguém. Todos batem-me, sofro de violência psicológia e física. Não importa no final se sou homem ou mulher, pois por mais que digam que só existe mulheres a sofrerem deste mal, hà muitos casos silenciados por homens que tem vergonha de dizer que também o são. Todos se escondem, pois pensam que assim poderão viver melhor. Estão errados, só se apercebem quando lhes toca a porta, quando toca, muitas vezes entra sem pedir licença, quando dão por si, já faz parte da rotina.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Hoje morri...


Hoje morri por dentro.
Morri porque perdi uma pessoa. Morri porque perdi alguém que jamais pensei algum dia perder.
Morri, pois por mais pessoas que conheça, por mais amores que tenha, ninguém se irá comparar a ela. Tudo o que tocava tornava mágico, era uma pessoa inigualável.
A vida vai continuar, o sol vai nascer como todos os dias, o rio vai passar como sempre passou, vou ver sempre as mesmas pessoas todos os dias.
Mas nunca mais serei o mesmo, pois sofri uma grande perda. Poderia dizer que não me dói, mas é uma ferida que nunca sara. Não me arrependo de nada! Voltaria a fazer tudo de novo pois vivi intensamente. Vivi cada segundo como se fosse o último… Por isso a nossa relação era tão especial.
Não a odeio. Jamais poderia odiar quem me fez tão bem, alguém que adoro desde o primeiro minuto e vou continuar a adorar.
Por mais anos que viva jamais a esquecerei!
Espero que ela leia este texto e sinta o que tentei transmitir. Mas respeito e compreendo se assim não o entender. Acho que poderíamos continuar amigos na esperança de um dia podermos caminhar lado a lado, partilhando sorrisos.

PS Escrevo isto para ti. Tu sabes que sim.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Sabem quem és...


Hoje apetece-me chorar, um dilúvio passa pelos meus olhos abaixo. Parece uma tempestade, porquê?
Porque faço sempre as mesmas asneiras, não aprendo com os erros, agora sofro em demasia por ti! Aprendi a gostar de ti, agora gosto imenso. Mas num segundo tudo cai, como um castelo de cartas... A tristeza consume-me por dentro e por fora, nada do que faça minimiza a dor. Dói tanto, o ar falta-me... Parece que a respiração se torna uma coisa fatigante como se me pesasse imenso. Estou condenado acabar sempre assim? Então prefiro partir sem dizer nada a ninguém... Assim sofrerei em silêncio sozinho e nunca mais farei sofrer ninguém. Levando a tempestade comigo, deixando o sol para vocês! Desculpas, não se pedem evitam-se...Não consegui evitar esta, se calhar e por gostar tanto de ti, que cometo estes erros.
Vou partir, não saberás por onde caminharei, estarei sempre a olhar para ti, deixo-te este pequeno texto como demonstração do carinho sentido por ti. Sabes que era genuíno e verdadeiro, sem segundas intenções. Este sentimento jamais morrerá, estará sempre traçado no meu coração, pois deixaste marcas profundas no meu coração que nunca mais poderei esquecer de ti. Adeus, não te digo mas um até já prolongado, um pensamento será contínuo, uma interrupção que mais tarde será novamente ininterrupta. Beijos de alguém que um dia gostou, gosta e gostará sempre de ti!

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Meu bébe


A ti que ouves-me agora
Quis dar-te o mundo,
Quis tornar-te rica,
Famosa e conhecida

Mas só pediste uma coisa...
Que te desse o meu amor,
Fizesse de ti, feliz, amada

Tornei-te a princesa do meu coração,
A musa inspiradora que me faz sorrir
Aquela que um dia quis amar perdidamente

A ti que lês estes versos agora,
Sabes porque do meu silêncio
É o meu coração a falar para ti
A dizer o quanto gosto de ti, meu amor!

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Adeus


Vou ter de ir com coração pesado e alma pesada, mas com a esperança de poder tornar a dor menor... Tentando não esquecer que o que não nos mata, tornamos mais fortes, o pior e quando vamos morrendo por dentro devagar.
Devagarinho silenciosamente sem ninguém ouvir. E quando damos por isso estamos a dormir silenciosamente, num sono eterno. Numa casa onde o barulho estremecia, agora o silencio arrepia o mais caloroso corpo, de algo que foi e jamais voltará a ser...Agora parto trazendo memórias gravadas no meu coração deixando para trás uma casa vazia, onde nasci e cresci, mas não morri, porque decidi que havia demasiadas tristezas para morrer lá. Espero um dia voltar, perdoai-me aos muitos que gostaram e gostavam de mim mas a minha partida é inevitável...

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Descubro a natureza do teu corpo...


Descubro a natureza do teu corpo
que traço com contornos vivos em meus olhos.
Deslizo sobre as montanhas
galgando a vontade do encontro e
chego à planície.
Passo pela cova que se faz lago
e refresco o desatino na esperança de acordar para o que vejo.
Desço,
já arrastado pela arfagem.
Só mais um pouco…
Chego à floresta que verte o aroma
fresco e húmido dos mognos
e me eleva ao encontro dos raios de sol
que trespassam o dossel.
Aí, lambo-me de prazer
entornado na seiva que te alimenta!
Desço por voluptosas ondas de areia
e chego finalmente ao pontão.
Daí avisto o teu corpo...
A grandiosidade que transpõe a natureza!
Volto ao princípio seguindo o rasto
e assombra-me o dourado do sol.
A tua natureza parece-me agora,
seara de trigo
voando com o vento,
acentuada pelas nuvens e o sol
que me contagia.

Vera Carvalho & Bsmash

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Deus

-Sim, tu que te chamam Todo – Poderoso!
Onde andas? Eu continuo-te a procurar!
Às vezes penso que não passas de um orgulhoso!
Gostas de nos manipular a teu belo prazer, satira forma de gostar!

Ensinaste o homem a amar, a odiar!
Mas não o ensinaste a perdoar!
Deste os intrumentos, mas não ensinaste a os usar!
Onde andas que eu continuo-te a procurar?

Dizem que estás em todo o lado.
Porque só vejo sangue, morte, guerra?!
Um dia acreditei em ti, fui apaixonado!
Idolaterei-te, agora só te peço que desças à terra!

Vem ver por ti próprio a realidade.
A tua bela obra-prima, vê como está a tua criação!
Mas confesso que tenho saudade…
Quando te ouvia e batia mais forte o meu coração!


terça-feira, 11 de setembro de 2007

Porto Seguro


No canto do olho começa uma lágrima a tentar sangrar pelo meu rosto desgastado, por imensas intempéries.... Até que surge o meu porto de abrigo, fui levado por esses mares que me trouxeram até ti! Não que acredite no destino, mas parece quis-me pregar uma partida e juntou-nos, num dia mau de Abril, chuvoso, mas como diz o velho ditado depois da tempestade vem a bonança...Hoje sinto-me feliz por me ter deixado levar pelas correntezas do mar, guiou-me até ti. Um belo porto de abrigo, uma sereia nestes mares instáveis, consolando-me as pequenas magoas em ti, para um dia mais tarde voltar a sorrir!
Fui contigo que aprendi a navegar por estes mares impenetráveis, a sorrir expondo o sol o meu sorriso... Muitos se admiraram por conseguir sorrir, debaixo de tantas tristezas, a ti digo que te adoro sem medo destas palavras, sem medo de te perder. Com a certeza, que sou feliz devido a tua presença... Mas ela é mais que uma simples uma presença um simples conforto, é tudo o que desejei ter e nunca tive, é o que está para além do infinito tornando a utopia algo tangível... Sou o marinheiro destes mares, destes oceanos, que muitos ousam não entrar pois tem medo de virem a depender deles, não tenho medo de depender deles, tenho medo de não os ter junto a mim. Pois que importa ter o que quero senão for para ser feliz, fazendo feliz essa pessoa sem nome, rosto, apenas uma companhia sempre presente mesmo estando ausente... Isso és tu, um ser presente mesmo quando estás ausente, por isso nunca sinto saudades tuas, pois me preenches a minha vida por completo. E por ti digo a minha vida faz sentido, viver para te ver sorrir e a noite estar contigo junto a praia que nos juntou. Vendo a luz da lua a reflectir na água, as estrelas a sorrirem para nós e um coração na areia feito por pétalas vermelhas com os nossos nomes por dentro. Isto era tudo o que quis dizer e não conseguia dizer ao vivo, obrigada por existires e seres quem és!

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Duetos: Ausência...


Não sei se isto que sinto é saudade
ou outro sentir qualquer
Sinto tanto a tua falta
que mesmo ausente tua presença é constante

E sempre... sempre
no meu coração que não mente
quando devora-me por dentro
até não mais estar ciente

E sempre..sempre
na mimha alma demente
que em delírio invoca tua presente
tão fácil a sentir latente

E sempre..sempre
em meu corpo mergulhado na mente
dos teus gestos calando os meus
tão perto e tão quentes

E sempre..sempre
A minha presença desamparada
enche-se e transborda de ti
estás em mim e sinto-me feliz.

Horroriscausa/ Le Tab

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Mãos puras


Este poema nem é
Feito de mãos brancas
Ou pretas mas sim puras!
Puras como alma de um ser
Em que não vê raças, cores
Apenas pessoas diferentes,
Culturas diversificadas.
Porque será que nem
Toda a gente vê assim?
Porque não verem
Com os olhos da alma.
Mas sim, de uma razão
Exacerbada, distorcida!
Em que nada conta,
Ou que conta são apenas
Insignificâncias
Que movem o mundo!
Este mundo tão cruel,
Que só importa uma cor
De pele, peso de uma conta
Bancária ou a importância
Das pessoas que tu conheces.
Será que algum dia este mundo
Será um mundo melhor?

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Roads



Ninguém vê sou o único a ver?

Sou o único a sentir?
Nunca encontramos nosso caminho
Apesar do que eles dizem

Isto não será cruel demais?
Neste preciso momento
Isto não será cruel demais?

Vendaval eu sinto, num reflexo de uma manhã
Sombria...
Não posso falar... não me deixam
Mas eu sinto, sinto bem dentro de mim
E de noite fico congelado...

Não tenho ninguém comigo.
Todos me abandonam...porquê?
Isto não é justo, não pode, não quero que isto seja assim...
Este caminho, que percorro agora!
Preciso só de uma mão, de ti que estás ai a olhar para mim...vem ate mim... diz-me que estás comigo só desta vez!

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Fica


Vem devagarinho...
Não faças barulho
Não queiras acordar ninguém...
Junta-te a mim, nesta noite fria!
Todos foram, ninguém ficou.
Agora me sinto só, ficas?
Fica, não partas.
- Porquê?
- Chega-te aqui digo-te ao ouvido, bem baixinho, pois não quero que ninguém oiça! Pois só interessa a nós os dois, o resto do mundo é insignificante.
- Se ficar o que me garantes?
-Garanto-te o meu calor humano, jamais derramarás uma gota de água, ficas?

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Distractions


-Imagina um sonho, vou te pinta-lo
Cheio de cores, de alegria será só nosso
Depois desse quadro feito de sonho te direi
Ao ouvido bem baixinho, o que nunca pensei dizer
As palavras nunca ditas antes..eu acho que te amo
-Sim, acho que te amo!

Eu amo, te amo com todas as forças, com toda a alma
Mas sou uma criança, por isso faço piadas para esconder
Este sentimento que me devora me consome...
-Sou eu apenas a dizer que te amo!

-Imagina um carro a passar cheio de velocidade
Lá dentro cheio de coisas vazias, tento fugir...
Mas não consigo apenas quero-te dizer o quanto te amo!
Mas sou uma criança, por isso faço piadas para esconder
Este sentimento que me devora me consome...
-Sou eu apenas a dizer que te amo!

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Diário de uma prostituta....


O meu pai batia-me, pois era bêbado. Não tinha emprego por isso bebia, bebia para esquecer as suas tristezas, para esquecer que tinha um lar para cuidar. Batia também na minha mãe. Era uma constante, nesta vida. Até que um dia minha mãe resolveu sair de casa comigo e com os meus irmãos, para nunca mais voltar a vê-lo. Andávamos de casa em casa fugir de tudo e de todos, medo reinava e imperava connosco. Era assim uma vida desgraçada, assim passei a minha adolescência, de escola em escola. A minha mãe cada vez mais fraca, andava com qualquer um que aparecesse, esquecia que tinha os filhos para cuidar.
Até eu passar para a marginalidade foi um passo, tão pequeno, quanto de uma criança. Primeiro o álcool, depois as drogas e por último a prostituição. Não é uma vida que me orgulho, mas sou origem dos factos que me originaram. Não tive ninguém que me apoiasse, me desse um rumo a minha vida. Comecei-me a prostituir aos 15 anos, minha mãe estava entretida com os seus namorados para se lembrar ou cuidar dos filhos. Parecia que nem queria saber, comecei para sustentar os meus vícios. Ao princípio até gostava, sabia bem o que estava a fazer, até ganhava dinheiro.
O pior veio a seguir, clientes violentos, queriam-me forçar a fazer algo que não desejava a ter relações indesejadas, cai no fundo, mais não poderia cair...Desejei acabar com esta vida, mas faltava-me a força de vontade, algo que me permitisse ajudar para remar para outro lado da maré. Até que um dia soube que estava grávida, foi o dia mais feliz da minha vida saber que ia ser mãe, não queria saber quem era o pai, Podiam ser tantos, nem desejava saber, era essa notícia que precisava para mudar de vida, desejava ser melhor mãe do que os meus pais foram para mim. Mas o pior foi uns meses depois de saber esta notícia, saber que tinha sida. Foi como um desmoronar de um castelo de cartas, parecia ver os meus pais a rirem-se de mim e a dizerem que nunca serás melhor que nós. Pois nasceste de nós e serás sempre como nós. Não sabia o que fazer, falei com os médicos e disseram que havia possibilidades de o meu filho ter sida. Valeria a pena nascer uma criança que estava condenada a sofrer? Será justo eu matar esta pobre criança que não têm mal de ser assim? Será que valeria a pena viver? Foram as perguntas que ficaram no ar, será que alguém me pode ajudar a responder a estas perguntas e a outras que não sei a resposta, ajudem-me pois eu já não tenho forças para viver.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

...nada mais sei nesta vida.


...nada mais sei nesta vida.
O que soube um dia,
Já me esqueci!
Não devia
Ser interessante,
Pois dizem que só se fixa
O que queremos fixar
Se calhar nunca quis saber
Apeteceu-me sempre
Vaguear por este mundo
Como um ser errante
Um nómada, com a mochila
As costas, entrando a dentro
Nas novas civilizações, pois as antigas
Nem eu nem ninguém se lembra como
Foram, o mal deste mundo não se interessa pela antiguidade...
Se calhar estou a ficar velho, já não me sinto pertencente a minha geração, sinto-me um intruso, que não pediu nada mas forçaram a minha entrada para ficar bem na foto....

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Televisão


Ligo a televisão e a primeira coisa que vejo, é a morte de uma criança numa barragem. A notícia a seguir é sobre outra morte de um pai e um filho. Só existem notícias más para dar? Só o terror é que faz audiências? Se sim, como está o caso Casa Pia? Há tanto tempo que não oiço falar sobre ele. Alguém foi condenado? Não sei, já não deve ser suficientemente interessante para dar audiências, o caso Apito Dourado vai no mesmo sentido o esquecimento. Mas temos mais casos, como por exemplo o caso Maddie, antes era largos minutos de tempo do noticiário, agora nem um minuto. Mas poderemos ir ainda mais longe, falar sobre o que realmente as pessoas preocupam-se no seu dia-a-dia... Os problemas sobre os deficientes, isso não é importante chamarem atenção? É a sociedade onde vivemos, onde o sensacionalismo, supera tudo... Onde os canais de televisões, fazem de tudo para ganhar a guerra das audiências!
Mas esquecem-se que do outro lado do ecrã, está uma pessoa, que quer informações realmente importantes para a sua vida... Quer programas lúdicos, para poderem progredir como ser humanos, não querem mais vasculhar e invadir o máximo da privacidade das pessoas que se intitulam como famosos... Os não famosos são tão ou mais importantes que os famosos pois são o povo, são aqueles que fazem progredir ou não o país, por isso não se esquecessem daqueles que fazem vocês terem audiências....

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Identidade desconhecida...



Sou um eterno desconhecido,
à espera de um dia ser conhecido.
Para me tornar reconhecido,
decidiram-me dar um nome,
mas esqueceram de me dizer.
Mas mesmo assim não sei escrever,
fui consumido por um sobrenome.
Que teria de utilizar, mas não gostava.
Decidi que apenas o afastar me restava.
Para poder criar outro eu...
Pois este já o detestava...
Agora vou sabendo que parto,
sem me despedir, pois nada me resta...
Nem ninguém para dizer adeus!

terça-feira, 7 de agosto de 2007

As palavras para ti...


Pode não ser as palavras que desejavas ouvir, ler, nem as mais belas mas são com certeza aquelas que sinto por ti....

Parei, nesta foto, não consegui passar para a próxima foto. Tive de conter a respiração, uma lágrima ao canto do olho a querer cair pelo meu rosto abaixo. Surpreendeste-me pela positiva, estavas bela demais na foto, as palavras custam a sair, pois o coração palpita cada vez mais forte...Talvez por querer dizer que estás bela demais, mas isso já sabes que o és, que gosto muito de ti também o deves saber, ou que és alguém importante para mim penso que o já o sabes a muito tempo. Mas o que acho que não sabes é que a noite antes de dormir, quando reina o silêncio perturbador, quando já não se ouve mesmo nada, onde só apenas a minha respiração oiço, lembro-me de alguém especial, única, imemorável, incomparável e inigualável... Essa pessoa só podias ser tu! Pois és tudo isso e muito mais, mas deixo que o silêncio da minha alma, das minhas palavras cheguem até ti, que oiças o meu coração a palpitar e chamar por ti. E dizer o teu nome e que te adora a cada segundo que passa pois és demais, jamais aguentaria perder a tua companhia, pois de certeza que não vou encontrar ninguém como tu, por mais que procure e vive, tu és someone special. Nunca mudes pulguita. Beijos de alguém que te adora em silêncio, nesse silêncio diz tudo o que vai na alma.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Ser poeta...


Ser poeta, é dizer o que mais ninguém diz
É ousar ir para além da evidência e mesmo
Assim e deixar o outros falarem por si
Transmitindo em cada palavra uma nova
Emoção, a cada suspiro um novo desejo
Mesmo sabendo, que muito ficou por dizer
Fazer até...é fazer da utopia uma realidade
É caminhar no mundo dos sonhos,
Tornando os reais... é gritar bem alto
Para o mundo ouvir, tudo o que vai na alma
É deixar o coração falar em vez razão
Sem ter medo da importância que tem
As suas palavras, tornando o impossível, possível....

terça-feira, 31 de julho de 2007

Vagueio pelas ruas...


Não consigo dormir, então decido-me levantar a meio da noite para ir dar uma volta. Ver se consigo com que me volte o sono. Caminho pelas ruas desertas, o candeeiro a meia-luz, parece que tenta esconder o que outros há muito esqueceram existir... Uma mulher a meio da esquina, à espera de um cliente, para satisfazer o desejo dele, para ganhar uns trocos para a sua família. Mais adiante vejo um sem abrigo, um senhor que teve família, tinha tudo o que se podia desejar. Sabem então porque está na rua? Porque se tornou inútil para a sociedade, para a sua família pois passou o prazo de validade. Pergunto se precisa de ajuda ainda me trata mal, resolvo continuar o caminho, pois sei que não o consigo ajudar porque ele não quer. Mais tarde, vejo os marginalizados da sociedade, os toxicodependentes, os ladrõezinhos de carros, aqueles que têm casa mas preferem estar na rua pois sentem-se menos sós...
Vagueio o meu pensamento, caindo sempre em ti, tinha insónias porque o meu pensamento deparava sempre em ti. Espero que as palavras não sejam vãs. Mesmo que essas se tornem numa só, seja só para dizer um simples oi, ele contém tudo, um sorriso iluminado no rosto por te ver, por poder estar junto a ti, diz também um gosto de ti, envia beijos sem nunca sentir ciúmes. Por isso digo-te um simples oi, que para mim é mais importante, que uma manifestação de carinho, saudade. Mas isto sou eu vagueando pelos meus pensamentos. Pensando que as palavras não são vás, que vale a pena tentar mudar o mundo, vale a pena dizer o que vai na alma, o que passa no nosso pensamento por um segundo...
Esse segundo passou nem tive tempo para dizer que gosto de falar contigo, da tua companhia, da pessoa que és quanto estás comigo, mas não importa pois os meus pensamentos são mais que um segundo, pois demoram imenso, sabes porque? Porque me dedico a pensar em ti... Fazem-me sorrir lembrar de uma pessoa como tu, mas por outro trazem a saudade momentânea, mas esperando que essa saudade apenas demore o segundo do pensamento que pensei ter saudades tuas...Já passaram vários segundos e como vês continuo a pensar em ti, porque estou a escrever para ti, não minto quando digo que penso em ti.
Agora de volta a realidade, vejo que não posso-te ter ao pé de mim, mais vale me dedicar a tentar ajudar estas pessoas, tentando-me ajudar a mim próprio. Volto para casa para ir dormir, pensar como posso contribuir para ajudar estas pessoas e outras que precisam de tanta ajuda, quanto podermos dar....

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Imemorável


Um momento
que se imortaliza,
que pára o tempo,
nos faz sonhar acordado.
Que têm um condão de
tornar mágica as palavras,
nos fazer entrar
no jardim do éden,
sorrindo e correndo
com alegria de mão dada.
Fazendo nos conquistar
um mundo
por um segundo,
sentindo-nos imortais
para vencer qualquer um.
E tornando as nossas
palavras em uni som,
como se de uma única alma
se tratasse, é assim o amor,
um sentimento desconhecido,
jamais compreendido,
pelos incompreendidos.
Que não percebem
o perceptível.
Tornando impercebível
Aos seus olhos, ficando
com uma sensação amarga
nos seus lábios e na sua língua...

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Promessa...não cumprida!


Já aconteceu a tanto tempo, mas ainda parece ontem, algumas coisas já não me recordo bem, por isso desculpem se passar factos, ou o raciocino não for contínuo.

Lá fora está tudo molhado, parece uma inundação...por causa das lágrimas derramadas por imensas caras, olhos que já não têm força para aguentar um pouco! Farto disto, impotente vou me embora, para um dia voltar e poder mudar esta realidade...Parto com saudades, mas sei que um dia vão ser recompensadas, com um sorriso de uma criança...
Vou me embora, sem me despedir de ninguém, não gosto de despedidas...Ver as lágrimas que sangram pelos rostos abaixo, seria uma dor que deveras não poderia aguentar! Já basta ter de partir, da minha terra, onde não serei ninguém. Onde cada pedaço de terra pertence a um movimento. Movimento este que luta pelo poder, uma guerra injusta, para mim e para o povo. Onde não se pode dar um passo, com medo de se pisar uma mina, ficar ali estendido para o sempre.
Fugi dos meus pais, amigos, da minha nação para um dia voltar e melhorar esta nação... Chego ao que dizem ser a terra prometida, onde todos se podem enriquecer, ficando ricos de um dia para o outro. Mas quando chego só vejo pobreza e mais pobreza. Serei que sou cego? Pois não vejo nenhuma riqueza, só vejo suor, lágrimas, dor uma tristeza imensa. Vou dormir pois, tentarei ir ver a riqueza que dizem abundar por estas terras. Mas adormeço e oiço tiros, na minha cabeça, a guerra acompanha-me, pois parti donde podia ser o país mais rico do mundo. Concentrado apenas numas míseras pessoas!
Acordo meio ensonado, vou a procura de algo que possa sobreviver, não encontro nada, quando estava prestes a desmonorar, encontrei um trabalho nas obras... Falei com um empregado dizia que ganhava-se bem e não se trabalhava muito. Fiquei feliz, a primeira alegria desde a muito tempo. Mas quando comecei a trabalhar no dia seguinte, vi que não era um trabalho mas sim uma escravidão camuflada. Trabalhava 12/14 horas e mal dava para sobreviver, tinha de continuar, depois tinha de estudar a noite ainda por cima. Até quando iria aguentar? Já estava cá uma semana, resolvi enviar uma carta aos meus amigos e familiares a dizer onde estava, para não se preocuparem mais, pois estava vivo e de boa saúde. Menti ao dizer que estava feliz, a ganhar bem, pensava ao fim de poucos anos voltaria outra vez para junto deles. Tentei estudar, consegui acabar um curso, mas como era de cor era muito difícil arranjar emprego qualificado. Todos recusavam-me empregar, até que uma alma caridosa me empregou.... Ainda continuo nesse emprego já com um cargo elevado, até já me convidaram para ser ministro como as coisas mudam... Curioso será dizer que nunca mais voltei a minha terra, que tanto adorava, e tantos anos foi a minha razão de sobrevivência! Quando parecia perdido pensava nela, mas fui-me habituando a viver aqui, criei raízes, agora não quero voltar mais para lá. Perdoem-me por não ter cumprido a minha promessa...Mas sempre que me deito, lembro-me dos tiros, dos choros das crianças, que também foram os meus choros. Agora não passa, de uma recordação, peço perdão por ter ido e nunca mais ter voltado. Mas não consigo mais viver ai com tanta dor, tristeza...

quarta-feira, 25 de julho de 2007

cinzas


As palavras escasseiam....
O mundo desmorona-se
Porquê?
Simples a resposta,
Mas de díficil de dizer!
Pois, só vemos sombras
Do passado, emoções
Que nos atormentam.
Já não podem se realizar
Pois gelo, o que antes
Era quente, esfumou-se
Com o vento, as palavras
Ficando as cinzas de um passado
Para ser eternamente lembrado
Pois é dificil esquecer
Certos momentos, vividos
Que agora com o fogo desapareçam
Tal como um figura que
Estava junto do meu coração....

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Não quero ser lido


Não quero ser lido, muito menos compreendido...
Já não sei quem sou, quem fui ou serei! Já não me lembro o começo de tudo isto, ou se calhar já estava predestinado...Foi um acontecimento natural, ainda me lembro da minha infância, se calhar não foi das mais felizes. Mas nada justificava que me tornasse neste ser horrendo que tornei-me... Um monstro selvagem, em que nada me para, matando todos os que se metem a minha frente. Ferindo meio mundo com a minha cólera, deixando lares despedaçados, espalhando tristeza a minha volta.
Nada faz-me viver, apenas sobrevivo, do sangue, ódio, tristeza... Sou um moribundo um meio-morto, meio-vivo, dormindo de dia, acordado de noite! Não me tentei procurar ou encontrar, pois eu quando quiser vos ver, vou a vossa procura. Nem preciso de ajuda, pois já é irremediável, por isso não tem cura! Vou indo nesta silenciosa noite, que me faz vibrar, me acalma amedrontado tantas almas que por aqui vagueim nesta rua mal iluminada. Um candeiro partido, uma mulher na esquina a vender o seu corpo, outro a dormir num papelão, isto é o meu mundo horrível, onde vivo! Onde irei morrer, mas com certeza não serei lembrado da melhor maneira...

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Sou diferente?!


Porquê?
Não sou igual aos outros seres humanos? Sou diferente... Por ter uma orientação sexual diferente? Deus diz que são todos iguais perante ele, os direitos humanos dizem o mesmo. Porque não posso-me casar então? Hipocrisias das religiões, muitas como a religião cristã mataram em nome da fé. Agora quando só quero expor o meu amor ao mundo casando com o meu amor, não posso.
Religião porém tem imenso dinheiro, quando Jesus Cristo viveu na miséria... Esquecem-se dos problemas de hoje, grande parte são devido a elas. Pois quis espalhar a fé cristã, quando quero apenas entregar o meu amor não posso, porque se julgam moralmente superiores para chamar-me atenção. Como se pode chamar atenção, se nem tem sequer moral para se olhar ao espelho, tudo em nome de Deus, mas será que sentem mesmo o que apregoam? Duvido, é difícil de acreditar...
Que sociedade é esta, se pode ter uma arma, para sua segurança, mas só a usa para matar, diz-se moralmente respeitada. Mas que no primeiro momento condena tudo e todos, não suportando ver alguém feliz, não suporta ver um beijo de um homossexual ou lésbica, mas não faz mal ver pornografia, sexo explícito na televisão...
Será que sou eu que vivo num mundo que não me pertence? Se calhar sou eu, não devia existir, pois este mundo é cruel demais... Não se conseguindo olhar ao espelho, ver o que são realmente por detrás dessas máscaras horrendas, fazendo dum sorriso malicioso, a sua melhor arma! Escondendo a verdade, pois o ser humano não consegue viver com a diferença, tudo o que é diferente ele recusa a aceitar. Por isso vou gritar bem alto, sou diferente mas igual a tantos outros, diferentes como eu, mas não me escondo. Por detrás duma máscara e assumo o que sou, sem qualquer pena, responsabilizando-me pelas minhas palavras... Pois só quero amar livremente, deixem-me amar quem eu amo!

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Para ti Eterna desconhecida...


Para ti eterna desconhecida
Que um dia quis conhecer
Passares a ser minha conhecida
Para por me tornar um novo ser
Perguntei qual era o teu nome
Mas tu não me respondeste
Deste-me só um cognome
Um que tu escolheste
Para ninguem saber o teu verdadeiro
Mas mesmo asim conheci e gostei
De conhecer, ser teu companheiro
Agora só me resta dizer que ganhei
Um dia ter conquistado, a tua atenção
Resta apenas dizer um obrigado de coração!

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Quarto escuro que tantas recordações me trazes...


Quarto escuro que tantas recordações me trazes...
Um grito abafado pelas paredes,
um gemido que entoava a alma, fazendo vibrar, um ódio crescendo dentro de mim estava a nascer. Quarto escuro que tantas recordações me trazes... Foi nesse mesmo quarto que perdi a inocência, deixei a minha pureza de lado...
Uns gemidos que levavam a minha alma, deixando para trás o nascimento de um ódio, que me consumiu, até as entranhas do meu ser. Desfigurando tudo em mim, deixando de saber quem era para me transformar num monstro. Porquê? Pergunto eu, tinha de ser assim. Haveria necessidade de saciares os teus desejos, em mim, uma pobre criança? Sou, o que sou devido a si!
Deveria ter orgulho em mim, pois só me tornei o que você foi para mim. Um monstro, que rasgava-me a roupa, para entrar dentro de mim, do meu corpo. Sentia nojo, mas não poderia fazer nada, era meu pai. Que tanto adorava, agora tanto odeio. Ninguém se apercebeu? Todos se silenciavam, num silêncio perturbador, que me arrepiava, todos viam, o que não queriam ver. Mas todos jamais ousavam, soltar uma palavra, com medo de represálias, de marcas nas costas. O que é isso? Comparada com marcas, que me deixou! E agora ainda vivo com elas. Passado tanto tempo, terei desculpa para tudo o que faço? Não, se calhar devia-me condenar a mim próprio, mas não consigo, deixei de saber o que era o bem e o mal. Há muito tempo, agora apenas tento saciar o meu desejo, que aquele quarto escuro que tantas recordações me deixou, despertou para outras... Confissões de um pedófilo, resumidas neste excerto...

terça-feira, 17 de julho de 2007

O que é a vida?


Se não um reflexo, um espelho, de nós próprios, dos nossos olhos. Dizem que ela é um mar de rosas visto por adolescente. Que ainda não sabem o que ela é, dizem os mais velhos. Os adultos dizem que não é justa, porque nem sempre, alcançamos o que queremos. Mas se alcançássemos tudo o que queríamos passava a ser monótona e degradante a vida. Dizem que é uma eterna esperança. Devido ao facto que temos a ilusão de conseguimos algo, que sabemos nunca vamos atingir. É uma rosa cheia de espinhos, são as pessoas que sofreram e sofrem e quando olham a sua volta só vêem sofrimento. Para mim a vida é aquilo que quisermos, aquilo que estamos disposto que ela seja para nós. Não é um mar de rosas porque nem tudo é perfeito. Não é uma rosa cheia de espinhos porque não existe só sofrimento, existe também muitas alegrias se tivermos dispostos a receber essas alegrias. Esperança porque nela podemos lutar e tentar com que os nossos sonhos sejam alcançáveis, mesmo que pareçam utópicos a que lutar pelos nossos sonhos, e se tornem reais. E para vocês o que é a vida??

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Sim é para ti


-Sim é para ti, que me vês ao longe
Mas bem junto do meu coração
Tornando no que jamais ousei ser...
Pois não obtive a tua benção, adoração
Mataste-me lentamente, deixando saudade
Apenas queria ter um momento contigo
Não tiveste sentimento, ao mostrar a crueldade
Que existia em ti, quando apenas queria um abrigo
Algo que me fizesse de mim um ser feliz
Mas só deixaste espaço para ser infeliz
Condenando a felicidade que se tenta aproximar
Restando agora o que?
Apenas uma imagem reflectida do que fui, do que sou
Não tive escolha se não com muita força abraçar
Agora te digo bem alto, para tudos ouvirem vou
T e vencer nem que seja a última coisa nesta vida
Pois consumiste-me tudo o que havia em mim...Cancro!