quinta-feira, 14 de junho de 2007

Não vou à rua

Não vou à rua porque tenho medo,
e talvez até vergonha
de tentar fugir ao tempo.
Tenho medo de encontrar
alguém que me poça encarar,
tenho vergonha de olhar
a pessoa que irei amar.
Não consigo sair,
é mais forte do que eu.
E quando sai-o, por obrigação,
olho sempre para o chão,
pois assim não vejo,
no rosto, a expressão.
É verdade,
já tentei pôr termo à vida,
só para ver se não sofria.
Mas já vi que não vale de nada...
Portanto,
só me resta uma coisa:
viver de cabeça erguida,
e não ter vergonha de assumir
que sou homossexual.
E se me questionarem,
eu digo:"qual é o mal?"
Não incomodo ninguém...!
Apenas vivo a minha vida,
Por que se incomandam comigo,
Tonando a minha vida num inferno,
Será que algum dia vai mudar?
Será que algum dia não serei olhado de lado?
Espero por esse dia, será um sonho tornado real!
Mas enquanto não acontece, terei de aguentar com esses olhares...
Que me matam, só com olhar, que sociedade que ousa dizer ser liberal...

3 comentários:

Anónimo disse...

palavras para que?

Mais um belo texto...muito bonito mesmo =)

Continua assim..vais longe mesmo.

um grande beijo da Lili

Anónimo disse...

palavras para que?

Mais um belo texto...muito bonito mesmo =)

Continua assim..vais longe mesmo.

um grande beijo da Lili

mar disse...

Excelente este poema... não sei se já te tinha dito mas ... encanta-me este jeito especial de usar as palavras. *