domingo, 17 de junho de 2007

Prazer


Eis o centro do corpo

O nosso centro

Onde os dedos escorregam devagar

E logo tornam onde nesse

Centro

Os dedos esfregam - correm

E voltam sem cessar


E então são os meus

Já os teus dedos


E são meus dedos

Já a tua boca


Que vai sorvendo os lábios

Dessa boca

Que manipulo - conduzo

Pensando em tua boca


Ardência funda

Planta em movimento

Que trepa e fende fundidas

Já no tempo

Calando o grito nos pulmões da tarde


E todo o corpo

É esse movimento

Que trepa e fende fundidas

Já no tempo

Calando o grito nos pulmões da tarde


E todo o corpo

É esse movimento

Em torno Em volta

No centro desses lábios


Que a febre toma

Engrossa

E vai cedendo a pouco e pouco

Nos dedos e na palma

1 comentário:

Vera Carvalho disse...

Bruno, se me condenares eu aceito!

Desculpa-me a ausência, o silêncio! Eu li o texto, mas ultimamente não disponho de muito tempo livre e não tive oportunidade de dizer nada. Mas digo-o agora, acho que o blogue está bem melhor assim, tu escreves muito bem e deves te deixar levar por aquilo que sentes, prosa, poesia, nao importa escreve Bruno, escreve e não pares para nosso bem:).
Um abraço.